CURITIBA. O advogado Gustavo Guedes, que representa o presidente Michel Temer no processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa Dilma/Temer nas eleições de 2014, a firmou que o depoimento do empresário Marcelo Odebrecht e dos executivos do grupo é decisivo. O motivo é que não existe até agora nenhuma das testemunhas ouvidas afirmando ter usado recursos de caixa 2 ou de propina para fazer as doações nas eleições de 2014. Marcelo Odebrecht depõe sobre o tema na tarde desta quarta-feira em Curitiba.
? O depoimento dele e dos executivos passa a ser decisivo porque todos os que foram ouvidos até agora disseram que não houve nem caixa 2, nem propina, e que as doações foram legais. Portanto, não há nada que justifique a procedência da ação. O depoimento do Marcelo é potencializado porque a Odebrecht é a maior construtora do país e fez doações a vários partidos e também para os candidatos nos estados ? afirmou Guedes.
O advogado lembrou que as eleições de 2014 ocorreram c om a Lava-Jato já em curso ? a operação começou em março daquele ano ? o que justifica um cuidado maior das empresas com as doações eleitorais. Ressaltou, porém, que nunca se investigou origem de dinheiro de doação eleitoral no Brasil.
? Bastava que a doação fosse legal. Nunca se investigou a origem da doação, se ela era originária de propina ou não.
Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, chegou a dizer que parte dos R$ 20 milhões doados à campanha da chapa Dilma-Temer era propina, mas depois prestou outro depoimento e disse que se equivocou.
O advogado de Dilma Rousseff, Flávio Caetano, afirmou que prefere se pronunciar depois dos depoimentos desta quarta-feira.