
A nota foi enviada aos colegas da bancada do PMDB na Câmara e também deve ser encaminhada ao Palácio do Planalto. Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, Temer deve receber Marx Beltrão entre hoje e amanhã para tratar o tema. A avaliação no governo é de que houve repercussão negativa da opinião pública a respeito da escolha do deputado devido ao fato de ser réu no STF e que isto pode ser prejudicial à imagem do presidente interino.
Apesar do risco, a análise no governo é de que Beltrão continua sendo o nome talhado para a vaga. Isto porque ele conseguiu reunir dois critérios fundamentais para a indicação: o apoio dos deputados do PMDB e o fato de ser afilhado político do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com quem Temer vem cultivando melhora na relação após trocas de ofensas públicas há alguns meses.
? O presidente gosta de ouvir as pessoas e, se a explicação o convencer, não haverá problema. É claro que é uma exposição ruim para o governo, mas não vemos opções que preencham esses critérios ? afirma uma fonte do Planalto.
Na nota, Marx Beltrão diz que a ação em curso é ?improcedente? e que não houve ?nenhum prejuízo aos cofres públicos?. Segundo o deputado, houve um ?erro formal? no recolhimento de contribuições, o que configuraria, em seu ver, dolo ou má-fé. ?Assim que detectada, a impropriedade foi corrigida com depósitos suplementares?, explica Beltrão.
O deputado defende que ?erros não são fraudes? e chama o episódio de ?pseudo escândalo, cujas motivações políticas são indisfarçáveis?. A cópia do extrato bancário encaminhada por Beltrão mostra um comprovante de depósito em cheque no valor de R$ 991.110 da Prefeitura de Coruripe para a Previcoruripe.
A denúncia é de que, quando foi prefeito de Coruripe (AL), Beltrão teria apresentado ao Ministério da Previdência Social comprovantes de repasse e recolhimento contendo informações falsas.