Cotidiano

Comunicação: “Carta de Foz” reforça o combate integrado às fake news

Assinatura da Carta do 3Forum Nacional Comunicação  Secom
Foto Gilson Abreu/Aen
Assinatura da Carta do 3Forum Nacional Comunicação Secom Foto Gilson Abreu/Aen

Foz do Iguaçu – Secretários de 21 estados firmaram no 3º Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Comunicação Social, em Foz do Iguaçu, o compromisso de criar mecanismos conjuntos para combater e prevenir a disseminação de notícias falsas. O combate às fake news foi um dos principais temas debatidos no evento, que teve a participação do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

O fórum foi encerrado ontem (21) com a publicação de um documento que será encaminhado ao gabinete da Presidência da República, ao STF (Supremo Tribunal Federal), ao Senado, além dos governadores. A Carta Foz, como foi nomeada a ata, pretende aprimorar a comunicação pública como elemento de formação da democracia e do funcionamento das instituições.

Para isso, o fórum debateu a importância de se aprimorar as ferramentas para transparência da comunicação nos estados, bem como o relacionamento com a imprensa. “Ao buscar gestões e práticas mais transparentes, responsáveis e focadas nos resultados, será possível promover uma comunicação mais efetiva e alinhada com os interesses da sociedade”, ressalta a carta assinada pelos secretários ou representantes dos 21 estados que participaram do fórum em Foz do Iguaçu.

O secretário de Comunicação do Paraná, Cléber Mata, explica que o tema fake news deve se tornar permanente dos próximos fóruns. “É um dever das Secretarias de Comunicação colocar o combate às fake news permanentemente em pauta porque somente unidos a gente vai conseguir separar o que é informação verdadeira do que é informação falsa”, aponta.

Além do combate às notícias falsas, a defesa da democracia foi outro ponto alto do 3º Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Comunicação Social. A Carta Foz faz a defesa intransigente da liberdade de expressão e aponta os perigos de se romper esse limite. “Reafirma-se o entendimento de que a Constituição garante o direito dos cidadãos expressarem suas opiniões, ideias e críticas, desde que não incitem ao ódio, violência ou discriminação”, consta no documento. “É importante ressaltar que a liberdade de expressão não inclui atos que violentam a honra, dignidade ou vida privada de outras pessoas, nem a disseminação de informações falsas com o objetivo de manipular o público”.

“A comunicação pública é o radar para se evitar qualquer tipo de autoritarismo, qualquer discrepância, aquilo que fuja da normalidade. Por isso a comunicação pública tem papel fundamental de manter a ordem institucional, dando um conforto à sociedade”, avalia o secretário Cleber Mata.

O presidente do Conselho Nacional das Secretarias Estaduais de Comunicação Social e secretário de Comunicação da Bahia, André Curvello, elogiou o evento. “Avançamos muito aqui neste fórum no Paraná no posicionamento intransigente de combate às fake news. E também avançamos na questão de um modelo de comunicação pública alicerçada na responsabilidade social”, complementa.

Multiplataformas no Paraná

O segundo dia do 3º Fórum Nacional de Secretários de Comunicação, em Foz do Iguaçu, contou com mais duas palestras envolvendo temas relacionadas à Comunicação Pública. As apresentações antecederam a leitura de uma carta conjunta assinada por secretários e representantes da área de comunicação de 22 governos estaduais.

A primeira palestra do dia foi ministrada pelo gerente de Integração e Planejamento de Jornalismo do SBT, Rodrigo Hornhardt. O profissional também abordou tópicos ligados à relação dos governos estaduais com estes novos canais, sejam eles vinculados aos veículos tradicionais ou criados especificamente no meio digital.

“Um dos grandes desafios é encontrar a pessoa que precisa da nossa informação onde ela estiver procurando. Então é preciso um esforço gigantesco por parte do poder público para estar presente nas várias plataformas e buscar a voz mais adequada, fazendo com que essas informações cheguem efetivamente a quem precisa dela”, disse Hornhardt.

“Acho que é preciso pensar em segmentação de público, mas também em testar novos formatos, linguagens diferentes. Acredito que esse é um desafio diário do comunicador: tentar ser atraente, mas, ao mesmo tempo, manter a credibilidade e a coerência do conteúdo”, complementou.