O estupro coletivo como o sofrido pela adolescente de 16 anos na Zona Oeste do Rio suscita a opinião pública. Ainda mais da forma como foi: uma menina, mais de 30 homens. Normalmente, as vítimas são mortas em casos assim. O estupro coletivo não costuma ser algo premeditado, geralmente decorre de uma oportunidade, e dificilmente as vítimas conseguem escapar
O estupro coletivo não costuma ser algo premeditado, geralmente decorre de uma oportunidade, e dificilmente as vítimas conseguem escapar.
Nos primeiros dias após o crime, a sobrevivente, na maioria dos casos, apresenta sintomas de estresse agudo, como ansiedade, depressão, angústia e paranoia. Sente medo de que possa acontecer novamente, fica com insônia, pode acordar sobressaltada no meio da noite.
Mas a forma como ela reagirá depois de algumas semanas dependerá de vários fatores, como a relação que ela tem com o sexo e o sentimento de culpa, por exemplo.
A jovem precisará do apoio da família e de tratamento. Há técnicas que usam o movimento dos olhos para enganar o cérebro, com o objetivo de fazer com que a vivência traumática não atrapalhe o dia a dia da pessoa. Podem também ser usados medicamentos, mas não é a alternativa mais indicada. A vida da vítima do estupro estará em risco se ela não tiver acompanhamento especializado.
Ricardo Krause é presidente da associação brasileira de neurologia e psiquiatria infantil no Rio
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