Uma semana dedicada à discussão de temas específicos e com novos olhares profissionais. Intitulado Possibilidades e Desafios, o 17º Simpósio de Psicologia da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Cascavel, trouxe noites de mesa redonda, conferência, minicursos, apresentação de trabalhos científicos e sarau de poesia. Evento teve como foco a reflexão sobre os aspectos éticos e atuação do psicólogo.
Na abertura, falando sobre o compromisso ético e social do psicólogo, estiveram os psicólogos Alex Mena Ávila e Elisa Mara da Silva. Foram destacados pontos como o psicólogo como profissional, discussões sobre questões éticas e morais e suas diferenças, mercado de trabalho, discussão em torno da mulher exercendo a Psicologia. “A ideia é instigar a pensar a importância do outro como figura prioritária. O que seria o ser ético dentro de uma perspectiva de ser psicólogo e onde entra o compromisso social do psicólogo, diretamente ligado à construção da ciência no Brasil”, destaca Mena Ávila.
Outro assunto em pauta foi avaliação psicológica e outros contextos, perpassando pela avaliação em contexto de cirurgia bariátrica, com o médico Allan Araújo, avaliação psicológica para o porte de armas, com a psicóloga Haifa Sonda, e avaliação psicológica em contexto escolar, com a psicóloga Ivete Pellizzetti.
“A obesidade é uma epidemia que preocupa todos os países. Mais de 50% das pessoas estão acima do peso e 20% estão obesos”, disse o médico.
O doutor Allan apontou a relevância da obesidade e aspectos relacionados a cirurgia, limitações – acesso pequeno de quem tem indicação para cirurgia -, indicações para cirurgia, como selecionar, qual a proposta do sistema público e a importância de um olhar multiprofissional, de reunir grandes equipes e de sensibilizar profissionais de saúde.
“A Psicologia é importante para que as pessoas olhem com mais carinho para a doença, que atinge todas as classes sociais e faixas etárias; o Sistema de Saúde no mundo está desesperado, temos um mundo obesogênico e uma sociedade obesofóbica”, observa.
Já no contexto da avaliação psicológica para o porte de arma, a psicóloga falou sobre credenciamento, atuação do psicólogo, responsabilidade no laudo, critérios que a Polícia Federal exige e apresentou normativa para manuseio de arma de fogo. “Trata-se de um tema polêmico e cabe a nós pontuarmos para as pessoas que, para portar arma, são obrigatórios alguns pré-requisitos, como a avaliação psicológica e uma bateria de testes”, ressalta.
Estudiosa da Psicologia educacional, Ivete destaca que o principal canal de demanda que o psicólogo tem são indicações da escola. “As crianças vêm por queixa da escola e por isso é tão importante aprender sobre avaliação educacional, levando em consideração que há várias situações que fazem a criança não ir bem na escola, desde questões emocionais a questões de aprendizagem e rebaixamento intelectual. O psicólogo precisa conhecer essas nuances para, mesmo que atenda em consultório, possa fazer um bom trabalho”, avalia.
A oportunidade foi de muita troca de conhecimento, tendo, também, a realização de minicursos. Os temas foram diversos: A presença de animais na intervenção psicoterapêutica, com Rubiane Christ, Ética e mídias sociais, com Luiz Augusto Mugnai, Aspectos éticos na atuação multiprofissional, com Danielle Motter, Atuação do Psicólogo no atendimento familiar, com Júlia Kissula, e Psicologia Escolar: Contribuições da Psicanálise para a vivência educacional, com Isabela Rotava.
O evento recebeu, ainda, a psicóloga doutora Sylvia Mara Pires, para conferência e lançamento do livro Psicologia Existencial de Grupos e da Mediação Grupal. Sua fala percorreu sobre sua tese de doutorado, trazendo sobre Sartre e a Psicologia de Grupos, mediação grupal, método progressivo-regressivo, contribuições de Sartre para se pensar a formação e função social do psicólogo, práxis e processos grupais, entre outros aspectos.