Ao visitar uma farmácia para comprar um cosmético ou maquiagem você, com certeza, já se deparou com rótulos recheados com uma lista de nomes estranhos e impossíveis de entender. Esses nomes indicam quais são os ingredientes que compõem aquele produto. O problema é que algumas dessas substâncias comumente encontradas nos cosméticos podem causar sérios problemas à nossa saúde, além de serem agressivas para nossa pele, sendo melhor então evitar produtos formulados com esses ativos. Confira quais são:
– Parabenos: Muito utilizados pela indústria cosmética e farmacêutica por serem baratos e fáceis de serem incorporados nas fórmulas, sendo então encontrados em filtros solares, loções, xampus, maquiagens, medicamentos e até em alimentos, os parabenos são conservantes que servem para preservar e prolongar a validade dos produtos, pois os protegem contra o crescimento de fungos e bactérias. “Porém, estudos alegam que a substância pode causar alergias e danos à saúde, estando relacionada inclusive ao desenvolvimento do câncer. Mas ainda são necessárias comprovações cientificas sobre os males que os parabenos podem causar e o ingrediente ainda é considerado como seguro pela Anvisa quando utilizado dentro da dosagem utilizada, que é 0,8 de parabenos na formulação”, explica Lucas Portilho, consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma.
– Ftalatos: Os ftalatos são produtos químicos geralmente utilizados em produtos cosméticos para ajudar cores e fragrâncias a fixarem melhor e durarem mais tempo. São encontrados em perfumes, esmaltes, sprays de cabelo, antitranspirantes, desodorantes e hidratantes, além de adesivos, produtos automotivos e plásticos. “Assim como os parabenos, as consequências do uso de ftalatos ainda não estão claras. Porém, estudos indicam que o ingrediente pode causar danos ao fígado, rins e pulmões, anormalidades no sistema reprodutivo, alterações hormonais e até mesmo câncer”, alerta o especialista.
– Sulfato: O Lauril Sulfato de Sódio (SLS) são surfactantes frequentemente utilizados para proporcionar poder de limpeza elevado e muita espuma, sendo muito usado em xampus, pasta de dentes e produtos de limpeza corporal. O problema é que, de acordo com o pesquisador, o sulfato pode desestruturar a barreira cutânea, responsável por proteger a pele e por manter a água no tecido, tornando a pele ressecada e, com o tempo, irritada, avermelhada e inflamada, principalmente em idosos, crianças e pessoas possuem peles sensíveis. Nos cabelos, a substância ainda pode tornar os fios secos, ásperos e quebradiços, além de favorecer o aumento da oleosidade e o surgimento de caspa.
– Polietilenoglicol: O polietilenoglicol é um ingrediente utilizado como emulsionante ou solvente nos cosméticos e permite que outros ativos e substância tenham uma melhor penetração quando aplicados na pele, aumentando então sua eficácia. Porém, o polietilenoglicol presente nos cosméticos é frequentemente contaminado com outras substâncias de potencial cancerígeno, como o óxido de etileno, além de por si só causar reações alérgicas e eczema.
– Fragrâncias: Segundo a dermatologista Valéria Marcondes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology, as fragrâncias presentes em perfumes e produtos cosméticos tópicos são uma das principais causas de alergias na pele, conhecidas como dermatites de contato, reações alérgicas e inflamatórias da pele causadas pela exposição do paciente a algum princípio ativo ou substância a qual ele tem sensibilidade. Apesar de não serem contagiosas, as dermatites podem atingir o corpo todo, causando irritação, vermelhidão e descamação na pele. O recomendado é sempre preferir produtos livres de fragrâncias ou sem perfume ou então optar por produtos mais naturais e menos sintéticos ou hipoalergênicos.
– Óleo Mineral: Muito utilizado pelas empresas fabricantes de cosméticos no lugar dos óleos vegetais, devido ao baixo custo e por ser menos oxidativo e alergênico, o óleo mineral é um ativo oclusivo, ou seja, impede a evaporação excessiva de água pela pele, sendo frequentemente utilizados em produtos hidratantes. “O problema é que, além de manter a pele hidratada apenas até ser retirado por não atuar em nenhuma das causas da pele seca, o óleo mineral é uma substância comedogênica, ou seja, pode obstruir os poros, facilitando o aparecimento de cravos”, explica a especialista em Estética e Cosmetologia Isabel Piatti, embaixadora do CIA (Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas) e membro do Conselho Científico da Abec (Academia Brasileira de Estética Científica).
Como identificar – Para identificar esses componentes a parte que mais devemos nos atentar é a composição do produto, ou seja, quais ingredientes estão presentes na fórmula daquele cosmético. Porém, a lista de ingredientes é sem dúvida uma das coisas mais difíceis de se entender em um rótulo. Segundo Isabel, isso acontece porque a nomenclatura dos ingredientes segue uma série de regras específicas adotadas mundialmente chamadas de INCI Name (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients). “O INCI utiliza um sistema internacional de codificação para todos os ingredientes presentes nos produtos e tem como finalidade simplificar a identificação dos componentes. Enquanto algumas nomenclaturas são mais fáceis de serem entendidas, como a da ureia que aparece nos rótulos como Urea, outras são mais complicadas, como a Vitamina E cujo INCI Name é Tocopheryl Acetate”, afirma Isabel. “Além disso, os ingredientes ainda obedecem a uma ordem decrescente de concentração no produto. Ou seja, os primeiros compostos que aparecem na lista de ingredientes são os que estão em maior quantidade e os últimos são os que estão em menor quantidade.”