Cascavel – Há cerca de um mês a PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) recebeu um equipamento que representa um sonho vislumbrado há mais de quatro anos por agentes penitenciários e a direção da unidade: o body scan.
O aparelho, que custa em torno de R$ 500 mil, fica na entrada da penitenciária e permitirá aos agentes fazer o escaneamento corporal dos visitantes sem que haja contato físico. Seria o fim das revistas vexatórias.
Mas, apesar do investimento do Estado, o aparelho de última geração só deve entrar em funcionamento em setembro. O motivo, conforme denúncia recebida por O Paraná feita por agentes penitenciários, é que não há interesse em ligar o scanner, que faz uma varredura no corpo humano, conseguindo inclusive identificar drogas no estômago, por exemplo.
Segundo os agentes por conta disso, celulares e drogas continuam entrando normalmente na unidade.
Os familiares são revistados normalmente e, no fim de semana passado, depois da visita, os agentes encontraram dois celulares em uma das celas da unidade, demonstrando a fragilidade do sistema, disse o agente que preferiu não se identificar.
Ele comentou ainda que essa não é a primeira vez que isso acontece.
Antes da rebelião foi pedido o aparelho e agora foi conseguido. Mas de que adianta ter aqui se não é usado? Estão usando mil desculpas para retardar ao máximo sua operacionalização.
O Paraná conversou com o diretor da unidade, Valdecir Gralick, que afirmou que a previsão é de que o body scan esteja funcionando, no máximo, até setembro.
Recebemos o equipamento há um mês, há uns dez dias ele foi montado e agora aguardamos um técnico de São Paulo para fazer alguns ajustes. Depois disso, agentes que já trabalham com o aparelho virão até a PEC para ensinar os servidores da unidade a operar.
Com a ativação do body scan, Gralick ressalta que os equipamentos que existem hoje na unidade serão repassados à 15ª SDP (Subdivisão Policial).
São banquetas e raquetes, por exemplo, que vão impedir a entrada de celulares na carceragem.
Segurança
Outro ponto considerado positivo em relação à penitenciária é a distância da cidade. Com isso, segundo Gralick, fica mais difícil objetos serem arremessados pelo solário.
Diferentemente do que acontece na PEFI (Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu), onde constantemente são jogados os kits cadeia, aqui quando um servidor percebe a aproximação de alguém logo questiona o que está fazendo ali, já que somos cercados por plantações.
Faltando menos de dez dias para completar um ano da rebelião, o diretor não descarta os riscos de um novo motim.
Estamos sujeitos a isso a qualquer momento. Quando não existem fugas na unidade percebemos que a prioridade do preso é fazer uma rebelião para conseguir o que quer.
De acordo com Gralick, as fugas não ocorrem com frequência na PEC porque não entram ferramentas que facilitam isso.
Quando eu estava em Maringá, por exemplo, até um macaco hidráulico foi localizado. Aqui isso não acontece. A meta dos presos é fugir e como aqui isso não é fácil, a tendência é se amotinar.
(Com informações de Tissiane Merlak)