PARIS ? Após a França ter sido atingida pelo terceiro atentado terrorista em 18 meses, as autoridades do país prometem indenizar rapidamente as vítimas do ataque a Nice. No total, 84 pessoas morreram quando um tunisiano avançou com um caminhão sobre a multidão que celebrava o Dia da Bastilha na última quinta-feira. E muitos dos milhares de sobreviventes agora têm que lidar com os ferimentos e o trauma causados naquela noite até então de festa para os franceses. nice1907
Estima-se que 30 mil pessoas estivessem na queima de fogos do 14 de julho no Passeio dos Ingleses, em Nice. As vítimas que quiserem entrar com um pedido de indenização deverão fornecer uma prova da sua presença na celebração onde aconteceu o atentado.
Estas indenizações deverão ser somadas aos altos gastos que o governo francês já fez para compensar vítimas dos outros atentados terroristas no país. A série de ataques começou na redação do semanário satírico Charlie Hebdo, onde morreram 12 pessoas em janeiro de 2015.
Após os atentados de 13 de novembro em Paris, 2,6 mil pedidos de compensação para medidas administrativas e médicas já foram abertos pelas vítimas e famílias das vítimas ? o que, no total, já registrou um custo de 37 milhões ao Estado. Naquela trágica noite para os parisienses, o saldo de mortos nos ataques coordenados foi de 130 pessoas, além das centenas de pessoas feridas.
Este valor deverá aumentar expressivamente com o novo ataque que na semana passada chocou a França. O governo francês mantém uma reserva de 1,3 bilhão de euros para a assistência às vítimas do terrorismo, montante do qual ainda não foram descontadas as somas necessárias à indenização das vítimas de 2015. Segundo fontes, este valor poderia alcançar entre 350 milhões e 600 milhões de euros.
As associações de vítimas dos atentados de 13 de novembro se disseram surpresas pela declaração do governo, por conta das dificuldades que tiveram em pedir suas indenizações. Organizações no país ressaltam a importância de adaptar estas políticas ao momento atual, em que as vítimas do terrorismo se multiplicam, e de definir com mais precisão quais são os critérios para definir quem pode ser classificado como neste grupo.