Cotidiano

Ataque aéreo da coalização deixa 60 civis mortos na Síria

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LONDRES – A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) informou que cerca de 60 civis morreram em um ataque aéreo, nesta terça-feira, da coalização liderada pelos Estados Unidos em uma região do país dominada pelo Estado Islâmico. Este foi o bombardeio a civis mais mortífero desde o início de 2014, quando as operações contra os jihadistas foram iniciadas.

Ao que tudo indica, as vítimas, que fugiam do combate, foram confundidas com jihadistas na cidade Al Tukhar, na província de Aleppo. Na cidade rebelde de Atareb, na mesma província, ataques aéreos, aparentemente realizados por aviões russos, mataram 21 civis, incluindo seis crianças, declarou o OSDH.

? Ao menos 56 civis morreram, incluindo 11 crianças, e há dezenas de feridos em estado grave. Aparentemente se trata de um erro ? declarou Adbel Rahman, diretor da ONG que conta com uma vasta rede de fontes médicas e militares em todo o país, sobre o primeiro ataque.

A coalização disse à AFP que irá ?examinar todas as informações sobre o incidente? e que se compromete a tomar ?todas as providências durante as missões para evitar as perdas civis e respeitar os princípios das leis da guerra?.

A Anistia Internacional solicitou à coalização que ?redobre seus esforços para impedir a morte de civis e para investigar possíveis violações do direito humanitário internacional?.

A ONG também informou que na segunda-feira, 21 civis morreram em uma ofensiva da coalização em Manbij Al Tujar, região que já tinha sofrido ataques aéreos no final de maio quando os Estados Unidos apoiaram uma ação das Forças Democráticas Sírias, lideradas pelo curdos.

A Guerra da Síria começou em 2011 após a repressão, por parte do governo, de uma revolta pacífica. O território do país, fragmentado pela disputa, tem vastas partes dominadas pelo Estado Islâmico. O conflito já deixou mais de 280 mil mortos e forçou milhões de pessoas a fugir.

Aleppo, a segunda maior cidade do país, está dividida desde 2012 entre a parte ocidental, controlada pelo governo, e as demais nas mãos dos rebeldes. No último dia 7, as tropas do governo cortaram a única rota de abastecimento dos distritos da oposição. Esse cerco aumento o risco de uma escassez geral para os mais de 200 mil habitantes que ficaram lá.