O lançamento de uma versão esportiva do hijab, o véu usado por mulheres em países muçulmanos, gerou reações mistas direcionadas à fornecedora de material esportivo Nike. A empresa americana, responsável por desenvolver um modelo do hijab que se acomodasse melhor às mulheres durante a prática esportiva, foi elogiada pela iniciativa na última semana. Mas também tornou-se alvo de críticas de pessoas que resistem à entrada do Islã nos EUA.
Nas redes sociais, houve mulheres que criticaram a iniciativa da Nike, alegando que o hijab “normaliza a opressão de mulheres”. Outras alegaram que a empresa não deveria “acomodar muçulmanos” nos EUA. Muitas das críticas partiam de usuários de redes sociais que se identificam como seguidores de Donald Trump, o presidente dos EUA, que tenta barrar a imigração de países muçulmanos.
O hijab esportivo foi desenvolvido e testado por duas atletas muçulmanas: a patinadora Zahra Lari e a levantadora de peso Amna Al Haddad, ambas dos Emirados Árabes. Embora já seja testado por atletas, o hijab ainda não foi disponibilizado para o público em geral, o que só deve acontecer em 2018.
A Nike argumentou, em comunicado, que o hijab adaptado para a prática esportiva era algo “desejado e necessitado” por atletas femininas de países muçulmanos, nos quais o uso do véu é obrigatório para mulheres em público.
A levantadora de peso Amna Al Haddad defendeu a criação do hijab esportivo em suas redes sociais. Segundo Al Haddad, a demanda de atletas profissionais para que fossem autorizadas a competir usando véu teve um crescimento recente, e a criação do modelo esportivo mostra que essas mulheres não estão “esquecidas”.
“Eu defendo as mulheres muçulmanas com ou sem o hijab, e como elas se vestem é escolha delas. O hijab esportivo certamente vai encorajar uma geração de novos atletas a perseguir o esporte profissional”, escreveu.