RIO – O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, negou, nesta segunda-feira, em entrevista coletiva na Cidade da Polícia, que a investigação do estupro de uma adolescente de 16 anos na Zona Oeste tenha mudado de direção com a troca do delegado Alessandro Thiers, da DRCI, por Cristiana Bento, da DCAV: O estupro está consumado. Não há dúvida nenhuma quanto a isso
? O estupro está consumado. Não há dúvida nenhuma quanto a isso. Não está claro o estupro de 30 homens. Não há imagem da prática do ato sexual com várias pessoas. Existem indícios fortes no depoimento da vítima, há a narrativa do vídeo. O fato do rapaz ter tocado o órgão genital da jovem representa o estupro. A fala deles próprios constitui indícios. A polícia, tecnicamente, tem uma prova cabal para condenar essas pessoa? Ainda não. Nós duvidamos que tenha tido estupro anterior? Não. O próprio autor filmou e deu essa prova para polícia. Temos o depoimento da vítima, a fala deles próprios e outros elementos próprios. A Polícia Civil se colocou dessa forma na sexta-feira e continua se colocando dessa forma. Não há uma mudança nesse sentido. Estupro – 30/05
Indagado sobre a conduta do delegado Alessandro, acusado de ter cometido excessos ao interrogar a vítima, Veloso defendeu que a preocupação não é com os delegados, mas com a investigação.
– A advogada responsável pelo caso já teve uma relação delicada com o próprio doutor (Alessandro). Ela já foi objeto de investigação dele. Não vamos deixar de resposabilizar; mas não vamos pré- julgar por um depoimento de uma advogada, que é parcial.
Segundo Veloso, o delegado Alessandro Thiers foi afastado do caso porque seu nível de estresse estava prejudicando o andamento da investigação. Segundo ele, Thiers concordou em sair ?sem nenhum tipo de contestação?.
O chefe da Polícia Civil disse ainda que pediu ajuda à Delegacia de Combate às Drogas para a investigação do caso:
? Há um interesse nessa investigação que seja identificada e ouvida qualquer pessoa que tenha envolvimento no tráfico. Algumas pessoas já foram conduzidas. Essas pessoas podem ter ido para outras comunidades.
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