ROMA – No último Mundial, em Pequim, em agosto passado, a cubana Yarisley Silva venceu o salto com vara após levar a melhor em cima da brasileira Fabiana Murer, que ficou com a medalha de prata. As duas foram as protagonistas da última temporada. Neste ano, no entanto, elas ainda têm muito a evoluir até os Jogos Olímpicos do Rio. Nesta quinta-feira, pela etapa italiana da Liga Diamante, em Roma, elas viram as gregas dominarem a disputa: Katerina Stefanidi venceu enquanto Nikoleta Kiriakopoulou ficou em segundo.
– O clima estava um pouco frio, mas isso não me atrapalhou muito. Não comecei bem, mas mantive a calma e fui melhorando – disse a campeã, que tem objetivos ousados para este ano. – Estou realmente focada em passar da barreira dos cinco metros (algo que apenas a russa Yelena Isinbayeva já conseguiu na história do salto com vara feminino).
Amigas, Yarisley (terceira colocada) e Fabiana (que desistiu em seu sexto salto) deixaram a área de competição bastante frustradas e de cabeça baixa sem falar com a imprensa. A situação contrastou com a alegria da etíope Almaz Ayana, que tentava vencer a timidez para dizer as poucas palavras em inglês que conhecia para falar sobre sua vitória nos 5000m – nenhum jornalista conseguiu entendê-la. Ayana, por pouco, não bateu o recorde mundial na distância com 14m12s59. A melhor marca da história pertence a sua compatriota Tirunesh Dibaba, com 14m11s15. Ayana, no entanto, mais uma vez superou a melhor marca do ano. Desta vez, melhorou seu tempo em exatos três minutos e 32 segundos.
Ayana sobrou demais na corrida. Na penúltima volta, ela já havia aberto uma distância de cerca de 100m para o segundo pelotão da prova. Na reta final, por pouco, ela não fez retardatários no terceiro e último pelotão da disputa.
Um sorriso parecido ao de Ayana também apareceu no rosto do americano Justin Gatlin, que corre no Rio neste domingo. Ele havia competido em Eugene, na costa oeste dos Estados Unidos,no último domingo, e não mostrou ter sentido a longa viagem ao vencer os 100m com 9s93, em Roma, um segundo mais rápido que o segundo colocado: o também americano Ameer Webb. A longa viagem até a Itália deve tê-lo cansado. Pois, em solo americano, ele correra cinco segundos mais rápidos estabelecendo o melhor tempo do ano.
A mesma viagem foi feita pela americana English Gardner. Ela venceu os 100m em Eugene, com 10s81. Em Roma, ela fez a distância em 10s92. Essa diferença a fez ficar em segundo lugar e ver bem de perto a jamaicana Elaine Thompson, que não competiu em Eugene, vencer a prova italiana com 10s87. Elaine, porém, falou sobre o desgaste de ir competir na Europa:
– Chegar até a Itália é uma longa jornada para os jamaicanos – disse Elaine, completando. – Eu ainda não me decidi se vou me concentrar nos 100m ou 200m para o Rio. Meu treinador irá tomar essa decisão. No momento, só penso em ir bem no pré-olímpico jamaicano.
*Repórter viaja a convite da IAAF