SEUL – Um tribunal sul-coreano condenou nesta sexta-feira 14 pessoas, incluindo um ex-diretor-executivo da unidade local da Reckitt Beckinser, pela venda de esterilizadores de aparelhos umidificadores ligados a lesões pulmonares sérias. O ex-executivo da empresa foi sentenciado a sete anos de prisão. A Corte do Distrito Central de Seul considerou o ex-executivo Shin Hyun-woo culpado de negligência criminal por não ter inspecionado a segurança do produto e permitir sua venda e falsa rotulagem para comercialização, de acordo com um porta-voz da Reckitt.
Dois funcionários atuais da Reckitt Benckiser Korea, o diretor de pesquisa e desenvolvimento, Cho Hanseog, e do gerente Michael Choi, foram condenados pelas mesmas acusações, assim como o ex-chefe de R & D Kim Jingu. Cho e Kim também foram condenados a sete anos, enquanto Choi recebeu uma pena de cinco anos de prisão.
A empresa Reckitt Benckiser Coréia foi considerado culpada de rotulagem falsa e multada 150.000.000 won(US$ 126.000).
?Esperamos que os veredictos no caso criminal marquem outra etapa importante na resolução do problema com o esterilizador?, disse Patty O’Hayer, porta-voz da Reckitt. ?A Oxy RB continua profundamente arrependida pelos danos causados a todas as vítimas e suas famílias?.
O’Hayer disse ainda que a Reckitt estava tomando medidas para priorizar a segurança em toda a empresa, cujos outros produtos incluem preservativos Durex, produtos para os pés Scholl e comprimidos Nurofen.
O governo sul-coreano informou que, em 2015, acredita-se que 92 pessoas morreram devido a causas relacionadas a esterilizadores de aparelhos umidificadorres, nem todos fabricados pela unidade da Reckitt Benckiser. Em maio do ano passado, o atual chefe da unidade sul-coreana da Reckitt, bem como o diretor-executivo do grupo, Rakesh Kapoor, pediram desculpas e aceitaram a responsabilidade. A marca Oxy, que a Reckitt adquiriu em 2001, foi a líder de mercado de esterilizadores líquidos, usados para manter limpa a água utilizada nos umidificadores durante os invernos secos da Coreia.
Dos julgados nesta sexta-feira ? que também incluiu funcionários de fabricantes rivais e varejistas, como LotteMart e Homeplus ?, vários foram acusados de fraude criminal. Todos, no entanto, foram considerados inocentes.
De acordo com a agência de notícias Reuters, os promotores sul-coreanos abriram uma investigação sobre o uso dos produtos no ano passado em meio à crescente pressão das famílias das vítimas, que disseram que as ofertas anteriores de compensação pela empresa eram insuficientes, devido à gravidade do dano.
Ainda de acordo com o governo da Coreia do Sul, mais de 5.200 pessoas se manifestaram a partir de 31 de dezembro com alegações de doenças pulmonares causadas pelo usode esterilizadores, com o número aumentando acentuadamente depois que a sondagem dos promotores tornou-se pública no ano passado.