Cascavel e Paraná - A PRF (Polícia Rodoviária Federal) divulgou terça-feira (30) o balanço de acidentes registrados nas rodovias federais sob responsabilidade da Delegacia de Cascavel durante a Operação Natal. A ação teve início na terça-feira (23) e seguiu até o domingo (28). Apesar do aumento no número de acidentes em relação ao ano passado, o período terminou sem nenhuma morte nas estradas da região atendida pela delegacia.
Neste ano, foram registrados 19 acidentes, com 17 pessoas feridas. Em comparação com a Operação Natal de 2024, quando ocorreram cinco acidentes, 12 feridos e duas mortes, houve aumento no número de sinistros e feridos, porém com a eliminação de óbitos. O resultado positivo acompanha a tendência observada em todo o Paraná, onde foi registrada uma redução de 53% no número de mortes em rodovias federais durante o período.
No Paraná
No Estado, a PRF contabilizou sete mortes, 126 acidentes e 138 pessoas feridas. Segundo a corporação, as ocorrências se distribuíram ao longo da semana, com maior concentração nos dias de maior fluxo de veículos, especialmente na quarta-feira e no domingo. Entre os tipos de acidentes mais frequentes estão as saídas de pista, colisões com objetos, colisões traseiras e tombamentos.
Os acidentes com vítimas fatais envolveram principalmente saídas de pista, colisões traseiras, laterais e transversais, além de atropelamento de pedestre. As ocorrências foram registradas em diferentes períodos do dia, incluindo manhã, tarde e início da noite. De acordo com a PRF, as principais causas dos acidentes estiveram relacionadas à ausência de reação do condutor ou reação tardia e ineficiente, além de fatores como falta de distância de segurança, ingestão de álcool, velocidade incompatível com a via e condições adversas do veículo ou da rodovia.
Nos sete acidentes com mortes registrados no Paraná, todos ocorreram em condições de pista seca. Do total, 57,1% aconteceram em trechos retos, 28,6% em curvas e 14,3% em cruzamentos. Durante as ações de fiscalização, a PRF lavrou 4.244 infrações de trânsito. O excesso de velocidade liderou as autuações, com mais de 1,4 mil registros. Também foram flagrados 435 veículos não licenciados, 280 ultrapassagens proibidas, 244 motoristas sem cinto de segurança, 123 veículos em más condições e 60 autuações por uso irregular do dispositivo de retenção para crianças.
Comparativo
Na comparação com a Operação Natal do ano passado em todo o Estado, os números também foram menores. Entre os dias 20 e 25 de dezembro de 2024, foram registrados 142 acidentes, com 121 feridos e 15 mortes nas rodovias federais paranaenses, representando uma redução de oito óbitos neste ano.
Segundo Edir Veroneze, responsável pelo setor de comunicação da PRF em Cascavel, uma das principais preocupações da operação era a BR-369, que não registrou sinistros no período. “Atendemos a um raio de 500 quilômetros sem mortes e percebemos que os óbitos no Estado foram resultado de acidentes inusitados, como saídas de pista e colisões traseiras. Por isso, reforçamos a importância de atenção total ao volante e de evitar qualquer tipo de distração”, destacou.
Ano Novo: Período crítico pelo consumo de álcool
Desde terça-feira (30), a PRF deu início à Operação Ano Novo nas rodovias federais de todo o Estado. O período é considerado crítico devido ao aumento no número de mortes causadas por sinistros envolvendo motoristas sob efeito de álcool, o que reforça a necessidade de ações contínuas de conscientização. Até o próximo domingo (4), o foco da fiscalização será o combate à embriaguez ao volante, com tolerância zero para a mistura de álcool e direção.
Nesta edição da operação, as equipes da PRF buscam reduzir o número de mortes que poderiam ser evitadas caso os condutores não assumissem o volante após o consumo de bebidas alcoólicas. De janeiro a novembro de 2025, a PRF registrou em todo o país 3.355 sinistros envolvendo motoristas alcoolizados, que resultaram em 204 mortes. O número representa aumento de 14,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Lei Seca
Em junho, o Brasil completou 17 anos da Lei Seca, que instituiu no Código de Trânsito Brasileiro a tolerância zero ao álcool na condução de veículos. Mesmo assim, os dados seguem preocupantes e evidenciam a necessidade de maior conscientização, já que esse tipo de sinistro tem apresentado alto grau de letalidade.
A constatação da embriaguez é feita por meio do etilômetro, o popular “bafômetro”, que mede a quantidade de álcool no organismo pelo ar expelido pelos pulmões. A alcoolemia ao volante, seja por constatação ou recusa ao teste, é infração gravíssima, com multa de R$ 2.934,70 e suspensão da CNH por 12 meses. Quando o índice supera 0,34 mg/l, o motorista é detido pelo crime previsto no Artigo 306 do CTB. De janeiro a novembro deste ano, a PRF deteve 3.074 condutores por dirigirem sob efeito de álcool.