Todos os anos, a decoração da cidade é esperada com certa expectativa pela população e pelo próprio comércio, que vê na data os “louros do ano”, com as vendas aquecidas - Foto: Secom
Todos os anos, a decoração da cidade é esperada com certa expectativa pela população e pelo próprio comércio, que vê na data os “louros do ano”, com as vendas aquecidas - Foto: Secom

Cascavel e Paraná - Quando se pensa em Natal, logo vêm à mente as cores vermelha e verde, os grandes laços, as luzes que encantam e enfeitam as casas e todo o comércio, as réplicas de Papai Noel — desde as menores até as de maior tamanho — e a decoração natalina que tradicionalmente é instalada nas ruas e avenidas, trazendo o velho clima para embalar o verdadeiro espírito natalino. Todos os anos, a decoração da cidade é esperada com certa expectativa pela população e pelo próprio comércio, que vê na data os “louros do ano”, com as vendas aquecidas.

Foto: Secom

Neste ano de “clima estranho”, nem o friozinho atípico de novembro deve prejudicar o movimento nas lojas do centro da cidade, já que a expectativa é de um fim de ano aquecido, até pela injeção do esperado 13º salário, que faz com que as pessoas acabem gastando um pouco mais para presentear e organizar as festas de fim de ano.

“Bambu Noel”

E, pelo segundo ano consecutivo em Cascavel, a festa que comemora o nascimento de Cristo tem no bambu as mais diversas formas enfeitando a cidade, desde as já conhecidas capivaras até o beija-flor e uma árvore que lembra uma verdadeira “oca”. Com o lema “Natal de Luz e Paz”, o Poder Público mais uma vez investiu em uma decoração sustentável, licitada e alugada pela Secretaria Municipal de Cultura, que acredita que a “capivara luminosa” virou um símbolo que conquistou o carinho dos cascavelenses, embora não seja unanimidade para o Natal.

“Bambusa de ouro”

Pelas ruas de Cascavel há quem aprove e, por outro lado, quem não entende o porquê deste tipo de decoração. Ainda em outubro, um contrato com a empresa “Bambusa Arquitetura”, sediada em Maringá, foi assinado para a locação das peças decorativas natalinas confeccionadas em bambu, que compõem a ambientação dos espaços públicos desde 14 de novembro, aniversário de Cascavel, quando foi aberta oficialmente a programação de Natal, que se estenderá até 7 de janeiro de 2026.

O valor total é de R$ 1,2 milhão, e o contrato foi feito de forma direta, já que, de acordo com o Município, existem poucas empresas especializadas em bambu que fornecem itens de decoração e, por isso, houve mudança na metodologia de contratação pela falta de concorrência. A empresa é a mesma que já forneceu as peças para a decoração do ano passado.

Ao todo, a decoração natalina tem custo de R$ 2.666.327,01, um pouco acima do valor do ano passado, que foi de R$ 2.618.426,81. Em 2023, o investimento tinha sido de R$ 2.531.279,97, de acordo com os dados da Secretaria Municipal de Cultura, e inclui o serviço de transporte, montagem, instalação, manutenção e desmontagem da decoração. Há ainda a parte de metalurgia para instalação das luminárias, decoração e manutenção.

Além da estética

Beth Leal, secretária municipal de Cultura, explicou que a escolha do bambu como elemento central da decoração traduz valores que vão além da estética. “É um gesto simbólico e consciente, especialmente neste momento em que o Brasil está recebendo a COP30, quando líderes globais estarão debatendo as questões ambientais. Então nós fazemos aqui a nossa parte e, além de sustentáveis, esses materiais são mais acessíveis e leves, o que facilita o transporte, a montagem e a instalação em diversos espaços”, justificou.

Para a secretária, são peças que unem beleza e propósito e, quando iluminadas, transmitem uma mensagem de harmonia, fé e esperança. “Tivemos o cuidado de pensar em cada detalhe, para que a decoração converse com a nossa identidade e com o espírito natalino”, frisou.

Capivara x Beija-flor

Na praça das muitas luminárias — que já foi motivo de chacota na gestão do ex-prefeito Lísias de Araújo Thomé, devido à grande quantidade de lâmpadas —, a iluminação acabou “agradando” o beija-flor de bambu que por ali pousou e criou o seu “jardim florido”, nome este que foi batizado pelo Poder Público. O espaço, além do pássaro que lembra também um sabiá, tem flores e outros adereços do queridíssimo bambu da era Paranhos–Renato Silva.

Beth Leal contou ainda que outra novidade para este ano é o presépio todo construído de bambu, instalado em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida, local de ouro do Natal e o mais frequentado pelos cascavelenses, com peças maiores que nos anos anteriores, formando a “Família de Nazaré”.

Foto: Paulo Eduardo/O Paraná

“Árvore oca”


Já em outros locais, as capivaras luminosas novamente integram a decoração e fazem parte dos cenários dos registros fotográficos. Uma árvore de formato gigante e a base de um túnel luminoso, ambas feitas de bambu, também foram montadas próximas à Catedral. A mesma árvore, com morfologia diferente, que permite inclusive que as pessoas se sentem embaixo para fazer suas fotos, foi instalada no Lago Municipal.

“As peças já fazem parte do imaginário da população e compõem um Natal aconchegante, bonito e atrativo para todos aqueles que vêm à nossa cidade; aqueles que estão e são de Cascavel podem fazer os registros importantes da nossa decoração natalina”, completou a secretária.

Palco Arena


A decoração está concentrada principalmente na Avenida Brasil, entre as ruas Afonso Pena e Castro Alves, e no Calçadão, mas ainda está presente em outros locais da cidade, como a Praça Wilson Joffre, a Praça do Migrante e a própria Prefeitura, onde uma área em frente à Estação da Cidadania também recebeu decoração especial, formando um circuito natalino de encher os olhos.

Uma das novidades deste ano é o Palco Arena, montado no Calçadão, e que, a partir desta quinta-feira (20), terá uma programação intensa de apresentações, com a intenção de ser ponto de encontro para famílias e amantes da cultura. As apresentações seguem até 22 de dezembro, sempre as quintas, sextas e sábados, das 18h às 22h, com apresentações musicais e contação de histórias.

(continua…)

A Casinha do Noel

Para as crianças a atração principal é a “Casinha do Papai Noel”, que fica no canteiro central da Avenida Brasil. A casinha é climatizada, mas esta não foi feita de bambu e o atendimento ao público é gratuito, ocorrendo de segunda a sexta-feira, das 18h às 22h. Aos sábados, o bom velinho atende das 14h às 23h e aos domingos, das 15h às 22h, inclusive no feriado. Na véspera de Natal, dia 24 de dezembro, o atendimento será especial, das 10h às 14h, marcando o último dia em que o Papai Noel estará na casinha antes de partir para sua grande viagem ao redor do mundo.

Foto: Secom

Quem é a Bambusa?

No portifólio de apresentação a empresa relata que já encantou outros natais, como por exemplo, na sua cidade sede de Maringá, com “peças únicas que ultrapassam a função decorativa e se afirmam como manifestações simbólicas”. Para eles, o bambu combina renovabilidade e estética singular: as peças têm leitura forte à luz do dia (textura/trama) e potencializam a iluminação à noite — resultando em obras “instagramáveis” que geram curiosidade e engajamento.

Segundo a empresa, no Natal do ano passado os projetos de Maringá e Cascavel, executados pela Bambusa Atelier, reduziram significativamente o “impacto ambiental”, já que o bambu se destaca pela estética versátil: durante o dia, exibe texturas naturais, tons suaves e tramas que criam sombras orgânicas; à noite, ganha vida com iluminação LED, criando cenografias acolhedoras e marcantes, um material sustentável, que permite curvas e volumes únicos, oferecendo uma estética sensorial e afetiva, alinhada aos princípios da biofilia.