DESFECHO

Laudo do IML aponta possível tortura de vítimas executadas em Icaraíma

Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama, os três homens apresentavam sinais de traumatismo cranioencefálico - Foto: Divulgação
Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama, os três homens apresentavam sinais de traumatismo cranioencefálico - Foto: Divulgação

Paraná - Informações divulgadas nesta quarta-feira (24) indicam que Diego Henrique Affonso, Rafael Juliano Marascalchi e Robishlei Hirnani de Oliveira, encontrados mortos ao lado de Alencar Gonçalves de Souza em Icaraíma, no Noroeste do Paraná, podem ter sido torturados antes de serem executados.

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Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Umuarama, os três homens apresentavam sinais de traumatismo cranioencefálico, politraumatismo e ferimentos causados por arma de fogo. A data exata das mortes não foi determinada, constando como “ignorada” nas certidões de óbito. Um detalhe revelado pela advogada Josiane Monteiro é que a carteira de identidade de Rafael foi localizada dentro de uma meia, pelos próprios legistas.

Novas Evidências Mudam Direção da Investigação

Os resultados da perícia podem alterar significativamente o curso das investigações. Inicialmente, a principal hipótese era de que o grupo havia sido vítima de uma emboscada no início de agosto, ao se dirigir até uma propriedade rural no distrito de Vila Rica do Ivaí para cobrar uma dívida de R$ 255 mil.

Após a localização e o desenterramento do veículo usado pelas vítimas, foram encontrados vestígios de sangue e marcas de tiros no interior do carro. A suspeita inicial era de que os quatro homens haviam sido executados no local, com disparos de arma de fogo. No entanto, os laudos indicam que eles também sofreram agressões físicas antes da morte, o que levanta a possibilidade de tortura antes da execução.

O delegado Gabriel Menezes, chefe da 7ª Subdivisão Policial de Umuarama, afirmou que a investigação segue sob sigilo e não divulgou detalhes sobre essa nova linha de apuração.

Suspeitos Foragidos e Buscas Estendidas a Outros Países

Continuam foragidos Antônio Buscariollo e seu filho, Paulo Henrique Buscariollo, ambos com mandados de prisão temporária expedidos e apontados como os principais suspeitos do crime. A Polícia Civil também investiga a possível participação de outros membros da família.

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Teixeira, informou em entrevista que forças de segurança de outros estados e até de países vizinhos foram alertadas sobre a fuga da família Buscariollo. Além de Antônio e Paulo Henrique, também desapareceram um irmão — conhecido pelo apelido de “Mamute” — e suas respectivas esposas, após surgirem indícios de envolvimento no desaparecimento e assassinato das vítimas.

Informações: Umuarama News