Cotidiano

Bombeiros usam corda para transferir presos feridos de presídio no RN

presos-corda-alcaçuzNATAL ? Três presos feridos, internos no pavilhão 5 da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, foram resgatados por equipe do Corpo de Bombeiros pelo muro e seguiram para o Hospital Walfredo Gurgel na tarde desta sexta-feira. Os detentos têm ferimentos provocados por armas de fogo e foram atingido, possivelmente, no confronte entre as facções rivais que ocorreu na manhã de quinta. A remoção foi feita pelo muro do pavilhão, com auxílio de cordas, pois o portão foi obstruído por um carro incendiado.

A penitenciária na Região Metropolitana de Natal, a maior do Rio Grande do Norte, chegou, nesta sexta, ao sétimo dia de rebelião. Pela manhã, o clima era de relativa tranquilidade, apesar da circulação livre dos detentos pelos pavilhões, alguns deles ocupando o teto das estruturas ainda com as bandeiras hasteadas.

TRANSFERÊNCIAS

Por volta das 13h30m, saíram duas viaturas do GEP (escolta penal) com 12 presos que irão passar por procedimento de progressão da pena ? do fechado para o semi-aberto.

Segundo informações da secretaria estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), a Justiça estadual determinou nesta sexta-feira a progressão de regime de 17 presos. Doze estão detidos no presídio onde ocorre a rebelião, enquanto cinco estão na Penitenciaria Rogério Coutinho Madruga, chamado de pavilhão 5 de Alcaçuz.

Não há movimentação de policiais militares dentro do presídio nesta sexta-feira. Do lado de fora, as mulheres dos presos aguardam autorização para repassar alimentos para os internos. As autoridades penitenciárias autorizaram a entrada de arroz, feijão e macarrão. Outros produtos pedidos pelas mulheres, como biscoito, carne de charque e óleo, não foram permitidos.

Os detentos de Alcaçuz continuam utilizando livremente os telefones celulares dentro da unidade. Apesar de a PM ter entrado cinco vezes o presídio de Alcaçuz durante a rebelião, os aparelhos continuam nas mãos dos detentos e não há previsão para o conserto dos bloqueadores de celular, destruídos no motim.

Segundo a Sejuc, os bloqueadores não estão funcionando porque a fonte de energia de alguns equipamentos foi danificada. O órgão diz que, no momento, não há condições para que técnicos entrem na unidade para recuperar o material. Contudo, prometem que o conserto será prioridade. Enquanto isso, os detentos utilizam os telefones do alto dos pavilhões. Um preso foi avistado ao lado de uma das torres de bloqueio.