Cotidiano

Parceria faz estudo inédito sobre a anta

Essa é a segunda vez que a equipe vem à região para o trabalho ? a primeira foi em novembro de 2014

 

Foz – Pesquisadores da Itaipu, UFPR, Instituto Brasileiro para Medicina da Conservação e Smithsonian Conservation Biology Institute, dos Estados Unidos, participam de nova etapa do projeto Avaliação Andrológica e Criopreservação de Sêmen de Anta Brasileira.

De terça a ontem foi coletado material genético de oito animais, quatro do Refúgio Biológico Bela Vista, na margem brasileira da usina, e quatro no Zoológico Regional, no Paraguai. O sêmen foi retirado por meio eletroestimulação, com o animal anestesiado, e depois congelado em nitrogênio líquido, a uma temperatura 196 graus negativos. 

Essa é a segunda vez que a equipe vem à região para o trabalho – a primeira foi em novembro de 2014. Coordenador do projeto, o professor Nei Moreira, do curso de Medicina Veterinária da UFPR (campus Palotina), disse que o estudo é inédito para essa espécie de anta, encontrada apenas na América do Sul. “Existem outros trabalhos publicados, mas sobre a Tapirus terrestris é o primeiro”, disse.

Para a Itaipu, o projeto é estratégico porque garante uma reserva genética dessas populações, que estão ameaçadas de extinção, e mantém a empresa em posição de vanguarda na pesquisa científica. “É uma grande oportunidade”, disse o veterinário Zalmir Cubas, da Divisão de Áreas Protegidas e um dos organizadores do Tratado de Animais Selvagens – Medicina Veterinária, obra de referência do segmento.

Segundo Nei Moreira, nos dois anos de pesquisa foi possível verificar que a fisiologia reprodutiva da anta é muito semelhante à dos cavalos. “O equino é o parente doméstico mais próximo da anta, do ponto de vista filogenético (relativo à evolução da espécie). E a gente está vendo que isso se repete com relação às características do sêmen, as características andrológicas”.

O próximo passo do projeto será trabalhar com fêmeas e avançar para técnicas de reprodução mais sofisticadas, como a inseminação artificial e a fertilização in vitro. “Primeiro queremos conhecer a fisiologia reprodutiva básica do animal e também algumas biotécnicas, como o melhor protocolo para congelamento de sêmen. Depois, vamos partir para a reprodução artificial”.