Cotidiano

BRF pede autorização ao Ministério da Agricultura para enviar 150 mil perus de Goiás para abate em Uberlândia

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A BRF protocolou um pedido ao Ministério da Agricultura em Uberlândia, em Minas Gerais, para que mais de 150 mil perus que estão em campos da cidade de Mineiros, em Goiás, prontos para o abate, sejam transferidos para a fábrica localizada na cidade mineira. Desde sexta-feira, quando foi deflagrada a Operação Carne Fraca da Polícia Federal, o frigorífico de Mineiros está interditado e o número de aves só cresce. Por dia, 25 mil perus são colocados para o abate.

De acordo com a empresa, o Serviço de Inspeção Federal do Ministério já autorizou o abate na unidade de Rio Verde e os frangos que estavam retidos em Mineiros já foram encaminhados para o local. Cerca de 115 mil frangos são abatidos diariamente no local. O frigorífico da região trabalha com a exportação de aves principalmente para países da União Europeia.

De acordo com o presidente da Associação dos Avicultores Integrados da Perdigão em Mineiros (Avip), Aloir Vicente da Silva, cada dia sem uma decisão traz mais desespero para os produtores.

– Cada dia sem resposta é caótico. Não temos relações com as acusações e estamos vendo nossa produção paralisada. Estamos perdidos. Não temos relações com as acusações e estamos vendo nossa produção paralisada. Daqui a pouco teremos que tomar atitudes que não são as que gostaríamos, como a restrição alimentar dos animais – disse Aloir.

Além do volume de animais que cresce a cada dia, o peso das aves também é um fator preocupante.

– Cada ave pode ter, no máximo, de 25 a 30kg. A maioria delas está com 20kg. Se mantivermos esses animais represados muito tempo, eles podem ter o peso aumentado e não vão poder mais ser processados – disse.

Em nota, a BRF informou ainda que os 2.250 funcionários da fábrica de Mineiros foram comunicados de que a empresa garantirá o pagamento integral dos seus salários, independentemente da paralisação, e que todos os benefícios serão mantidos durante o período. Procurado pelo EXTRA, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento não retornou às ligações.