A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Cascavel emitiu nesta semana um alerta para todos profissionais de saúde por meio da Divisão de Vigilância Epidemiológica sobre os cuidados com uma bactéria que levou cinco pessoas a óbito somente neste ano na cidade.
Ao todo, seis casos foram registrados nos últimos três meses – o que preocupa ainda mais as autoridades devido ao grau de evolução da doença. O alerta é para que os profissionais de saúde de atentem aos possíveis sintomas da Streptococcus Pyogenes.
Segundo o alerta epidemiológico, os cinco casos foram registrados desde o mês de agosto, cinco dos pacientes eram de Cascavel e um de Santa Tereza do Oeste, com um grau de letalidade de mais de 80%.
A bactéria que mais acomete crianças e é conhecida por causar infecções de pele e amigdalite, também pode provocar infecções invasivas e doenças graves que podem levar à morte, em qualquer idade. Das cinco mortes, três foram de crianças entre cinco e 14 anos e as outras duas de 20 a 49 anos.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Miroslau Bailak, o comunicado visa aumentar a percepção dos profissionais de saúde para o diagnóstico. No ano passado, vários casos foram registrados na Argentina e neste segundo semestre em Cascavel e na Região Oeste do Estado, por isso, eles emitiram o alerta para toda a rede de saúde da cidade, que também está sendo reforçado pela Sesa (Secretaria Estadual de Saúde).
Bailak explicou que todas as pessoas têm esta bactéria na pele, mas que e esta é uma variante mais agressiva e que está tendo uma circulação maior. “Se ela penetrar na circulação sanguínea pode causar meningite e até uma infecção generalizada, que pode levar a óbito”, explicou.
Por isso, é importante ficar alerta aos sintomas como dor de garganta, dor de ouvido, algum tipo de lesão na pele e febre, e dependendo do caso procurar uma unidade de saúde.
Automedicação
Além disso, Bailak reforçou ainda que as pessoas não devem – de maneira alguma – se automedicar, já que não se compra medicamentos em balcão de farmácia sem prescrição médica e quando a pessoa estiver tomando antibiótico, deve ser encerrado o ciclo completo que é necessário para a cura da doença. “O médico é o único profissional capacitado para avaliar e concluir se aquilo é uma virose ou é uma bactéria, se precisa tomar algum medicamento sintomático ou necessário um antibiótico”, disse ele.
Esta bactéria pode ser transmitida por meio de gotículas, inclusive aquelas que produzimos falando. “Quando a gente fala, a gente elimina gotículas de saliva que não são visíveis, mas elas podem estar dando carona para qualquer tipo de vírus, ou nesse caso para bactéria, ou uso de talheres de outra pessoa e até na bomba de chimarrão, ou seja, são situações que devem ser evitadas”, reforçou Bailak.
Doenças invasivas
Ainda de acordo com o relatório de alerta, as doenças invasivas deste tipo de bactéria afetam principalmente as pessoas que apresentam comorbidades associadas, mas nos últimos anos, têm se desenvolvido em indivíduos saudáveis. Não se sabe ainda o período de incubação da bactéria, que pode variar de um a três dias, mas em caso secundários até 30 dias após o caso primário.
A Sesa informou que a doença invasiva por Streptoccoccus Pyogenes não é de notificação compulsória e até esta semana foram informados pelas 22 Regionais de Saúde do Estado, 42 casos e 17 óbitos pela bactéria. Na 10ª Regional de Saúde, além dos casos de Cascavel, nenhum outro município registrou casos e óbitos.