Apesar de todos os esforços concentrados por parte da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária de Cascavel), em relação às orientações ao produtor rural, os casos de raiva registrados na região Oeste “explodiram” de janeiro até agosto deste ano, se comparado ao mesmo período do ano passado.
De janeiro a agosto de 2023, o núcleo da Adapar em Cascavel contabilizou 36 animais infectados, presentes em 31 propriedades. Neste ano, de janeiro até agosto, já são 73 animais analisados e positivados em 64 propriedades. O município com maior número de casos confirmados é Lindoeste, totalizando 27. Na região Oeste, até agora, a raiva já está presente em 11 municípios. Em 2020, o Paraná todo registrou 71 casos. A macrorregião Oeste paranaense ficou 12 anos sem o registro de casos positivos. Em 2021, os casos voltaram à tona, com o surgimento de 12 casos no mês de abril do respectivo ano.
A raiva é considerada endêmica em todo o Paraná. A Adapar conta com mais de 800 abrigos de morcegos cadastrados, tais como cavernas, casas abandonadas, estufas de fumo, bueiros, entre outros.
Os casos são não são maiores por conta das campanhas de conscientização para vacinação do rebanho pela Adapar. A raiva é uma doença grava e fatal, causada por um vírus que ataca o sistema nervoso do animal. Todos os animais mamíferos podem pegar raiva, inclusive os seres humanos.
A transmissão ocorre por intermédio da mordedura de morcegos hematófagos, arranhadura ou lambedura. A transmissão em bovinos, caprinos, ovinos e suínos ocorre pela mordedura do morcego, da espécie Desmodus rotundus.
O controle da doença é feito por meio do uso da pasta vampiricida. O produtor pode e deve fazer o uso do ao redor das mordeduras de morcegos nos animais que forem atacados na propriedade. Outra forma de controle é pela captura estratégica de morcego hematófagos, feita somente por servidores da Adapar, treinados e vacinados contra a raiva.
OS SINTOMAS
Os sintomas da raiva nos animais são: isolamento; engasgos e salivação abundante; dificuldade para andar e queda; paralisia dos membros superiores; movimentos de pedalagem e morte.
As formas de prevenção são a vacinação em animais de criação a partir dos 3 meses de idade e reforço da dose após 30 dias. Depois disso, o melhor a fazer é vacinar todos os anos. Segunda a Adapar, a vacina é eficaz e muito mais barata do que os prejuízos provocados pela raiva.
O diagnóstico é realizado por meio de exame de uma amostra colhida do cérebro do animal morto suspeito de estar contaminado. A coleta é feita por técnicos e veterinários da Adapar, que enviam o material para o Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, laboratório de referência da Adapar, para confirmação do diagnóstico.
Dia Mundial de Combate à Raiva
A data de 28 de setembro foi escolhida pela Aliança Global para o Controle da Raiva (ARC) com o objetivo de lembrar a importância de controle e prevenção do vírus que provoca a doença. A falta de notificação coloca em risco a saúde dos rebanhos da região, podendo expor o próprio ser humano à enfermidade.
O Dia Mundial Contra a Raiva tem apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e é simbólica em razão da morte de Louis Pasteur, cientista francês reconhecido pelas notáveis descobertas sobre as causas e prevenções de doenças. Em 1895, ele desenvolveu a vacina antirrábica.
“Assim que o proprietário identificar qualquer sinal em herbívoros deve notificar a Adapar. A comunicação também deve ocorrer se observar a presença de animais com mordeduras por morcegos hematófagos ou se houver abrigos desses morcegos”, alertou a coordenadora do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros da Adapar, Elzira Jorge Pierre, em entrevista ao Jornal O Paraná.
Nunca se deve tocar diretamente um morcego. Aqueles que forem encontrados mortos ou caídos devem ser encaminhados à Adapar para o diagnóstico laboratorial.
(Infográfico)
CASOS CONFIRMADOS NO OESTE
Cascavel 6
Catanduvas 7
Céu Azul 1
Campo Bonito 6
Foz do Iguaçu 2
Ibema 6
Lindoeste 27
Santa Lúcia 1
São Miguel 1
Santa Terezinha 1
Santa Tereza 6