O golpe sofrido no domingo foi duro, mas nem chegou perto de derrubar os vikings que foram a sensação da Eurocopa. Eliminada nas quartas de final pela França, a seleção da Islândia volta para casa com um orgulho atípico para quem foi goleado por 5 a 2.
Os jogadores devem ser recebidos com festa e desfile público por Reykjavik, a capital islandesa, na tarde desta segunda-feira. A rede de TV pública RUV previu o ambiente na chegada dos atletas como “um verdadeiro carnaval” na cidade. No caso, em vez de marchinhas e samba, a trilha sonora deverá ser o canto viking que se popularizou na Eurocopa graças aos islandeses, ganhando até apelido da imprensa internacional: “thunderclap”, algo como “palmas trovejantes” (veja no video abaixo).
Thunderclap da Islândia (2016)
Tanto otimismo se deve, em parte, à campanha acima das expectativas na primeira Eurocopa da história da Islândia, apesar da goleada sofrida contra a França. Depois das vitórias sobre Áustria e Inglaterra, além de um empate com a Hungria, a seleção islandesa deixa a competição com a esperança de conseguir um novo feito inédito nos próximos anos: a vaga na Copa do Mundo de 2018.
– Foi um fim amargo para um fantástico torneio para nós. Mostramos muito espírito de luta pela vitória no segundo tempo, mas foi uma dura lição para nós. Nós realmente colocamos a Islândia no mapa do futebol. Estamos orgulhosos e queremos mais: ir à Copa do Mundo e à próxima Eurocopa – projetou o atacante Finnbogason, que entrou no segundo tempo na derrota contra a França.
A Islândia chegou perto da vaga na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, mas caiu na repescagem europeia para a Croácia. Nas eliminatórias para o Mundial de 2018, haverá novo encontro dos islandeses com os croatas, que estão no Grupo I com Ucrânia, Turquia, Finlândia e Kosovo.
No caminho da busca pela classificação, o comando será diferente do que conduziu a Islândia aos feitos históricos. O treinador sueco Lars Lagerbäck deixou a seleção islandesa, decisão que já havia tomado antes da Eurocopa. Em seu lugar, assume o auxiliar islandês Heimir Hallgrímsson.
A troca de técnico, no entanto, não é vista como obstáculo pelo país. A chegada de Lagerbäck, em 2011, deu um salto de qualidade à seleção, mas o crescimento recente não foi amparado somente em nomes ilustres, e sim em um intenso trabalho de formação de jogadores e também de treinadores. Finnbogason atesta as mudanças promovidas pela federação de futebol islandesa na última década:
– Mudaram muitas coisas, começando pelas instalações, com campos de gramado artificial e cobertos para treinar durante todo o ano em boas condições – afirmou o atacante, lembrando as condições climáticas adversas do país, onde há temperaturas negativas em boa parte do ano.