BRASÍLIA – Objetivo e sem selfies. Assim foi o café da manhã com o presidente Michel Temer, na manhã desta quinta-feira, no Palácio da Alvorada. Diferentemente de seus dois últimos antecessores, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o peemedebista reservou novidades aos jornalistas que acompanham o dia a dia do governo. Anunciou a redução dos juros do rotativo do cartão de crédito e a liberação de recursos do FGTS para contas inativas. Diante de dez perguntas sorteadas pela assessoria, respondeu a todas elas de forma concisa e sem mudanças de humor.
Enquanto dava explicações sobre a a economia, Temer recebeu um telefonema. Atendeu rapidamente, mas dispensou o interlocutor. Cercado pelos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, o peemedebista delegou a eles algumas respostas que careciam de detalhes técnicos. Enquanto respondiam, comeu omelete com bacon, metade de uma fatia de bolo e bebeu água.
Tradicionalmente realizado no Palácio do Planalto, o evento neste ano foi feito no Palácio da Alvorada, conferindo um tom mais formal. À mesa, havia prataria da residência oficial e guardanapos de linho bordados com as iniciais da Presidência da República.
Com Lula, o café da manhã tinha um ar mais despojado, com eventuais trocas de presentes e autógrafos de livros. Era também quando o ex-presidente petista contava histórias aleatórias da época de sindicalista, de quando estava na oposição e das dificuldades e facilidades de ser presidente. Informal, Lula contava piadas, num evento com jeito de bate-papo. Entrevistava os repórteres que não conhecia, perguntando de onde vinham e para quem trabalhavam. Lula gostava da festa em si e desejava individualmente votos de Feliz Natal com abraços e beijos efusivos.
Já Dilma, oscilou do desconforto em estar num ambiente lotado de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas a alguns momentos em que se permitiu relaxar e ser mais leve. Dos três, a petista é de longe a mais hostil à imprensa. Quando provocada com alguma pergunta dura, a reação natural era se irritar e rir com alguma ironia. Respirava fundo e tascava um ?minha querida? ou ?meu querido?. No seu último café da manhã com a imprensa, em janeiro de 2016, Dilma teve seus melhores momentos. Descontraída, disse que sairia do Planalto direto para Porto Alegre para visitar a filha. Já no fim da entrevista, enquanto conversava alegremente numa rodinha cercada de mulheres, confidenciou que ela é uma das únicas avós que acham recém-nascidos bonitos. A petista também contou que havia perdido 17 quilos com a dieta Ravenna.