RIO – Se no Brasil os trabalhadores enfrentam dificuldades para ter acesso ao seguro-desemprego em um momento de desemprego recorde, na Alemanha sobram recursos do benefício por causa do bom momento do mercado de trabalho.
Reportagem do jornal francês ?Le Monde? mostra que o desemprego na Alemanha ficou em 6,1% em 2016, pouco abaixo do nível de 2015. São menos de três milhões de desempregados (2,795 milhões). No Brasil, o número de desempregados chegou a 12,1 milhões no trimestre encerrado em novembro.
Segundo o instituto federal alemão de estatísticas (Destatis), cerca de 43,8 milhões de pessoas que moravam na Alemanha em novembro de 2016 estavam empregadas. Frente a um ano antes, o número de pessoas empregadas subiu em 305 mil, ou 0,7%. O ritmo de alta, no entanto, vem recuando desde novembro, quando era de 1,1%.
O jornal francês apontou que o Destatis afirmou que o crescimento do número de trabalhadores em atividade em 2016 se explica pela atividade da população alemã e pela chegada de trabalhadores estrangeiros, que permitiram a compensação dos efeitos demográficos negativos.
Desde 2004, a economia alemã criou 4,2 milhões de empregos. Para 2017, a previsão é de nova criação de 450 mil postos de trabalho. Assim, os recursos para o pagamento de seguro-desemprego ficaram acumulados em quase ? 5 milhões (? 4,9 milhões) em 2016. A estimativa inicial era de sobra de ? 1,8 milhão.
Frank-Jürgen Weise, diretor da agência para o emprego, explica que os recursos vão para um fundo de reservas para momentos difíceis. Com a sobra de 2016, o montante subirá para ? 11 milhões. O ?Le Monde? aponta, no entanto, que não há unanimidade sobre o que deve ser feito com os recursos.