Cotidiano

Relação de Trump com imprensa faz seu porta-voz virar celebridade

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WASHINGTON – Mediar a relação do governo Donald Trump com a imprensa não deve ser uma tarefa fácil. Mesmo assim, diariamente, Sean Spicer se esforça para defender as posições do polêmico presidente que vive em rota de colisão com a mídia. Isto faz com que os índices de audiência cresçam com ele. Spicer

Spicer, porta-voz da Casa Branca, encontrou-se pela primeira vez com os jornalistas poucas horas após a posse de Trump. Seu trabalho naquele dia? Desmentir a informação de que havia menos gente na posse do novo presidente que na de Barack Obama, em 2009. Para manter sua posição, acusou a mídia de mentir deliberadamente e de fotografar a posse a partir de um ângulo que minimizava a magnitude do apoio que os americanos deram ao magnata empossado presidente.

Foi o suficiente. Desde então, a tensa relação de Spicer com a mídia tem despertado o interesse do público sobre o que acontece na Casa Branca. Quando, logo após o meio-dia, ele surge na sala de imprensa, a audiência das redes que transmitem sua performance ao vivo aumenta. Sua popularidade é comparável à de um programa de sucesso, a ponto de fazer com que os índices registrados pelas emissoras que transmitem ao vivo da Casa Branca subam cerca de 10%, segundo pesquisa da Nielsen.

Mas Sean Spicer é também um prato cheio para os humoristas americanos. No “Saturday Night Live”, a atriz Melissa McCarthy fez sucesso imitando-o em duas ocasiões. Segundo o site especializado em entretenimento “Hollywood reporter”, McCarthy deu ao programa a maior audiência dos últimos cinco anos. Spicer não gostou, declarando que o “Saturday Night Live” é “um programa que deveria ser divertido, mas que se tornou infame”.

Apesar de ter sido transformado em celebridade, Sean Spicer tem prestígio na Casa Branca. É homem de confiança do chefe de gabinete Reince Priebus, com quem trabalhou no Comitê Nacional Republicano. Tanto que atualmente acumula funções: além de porta-voz, é também Diretor de Comunicação, um cargo que deveria ser ocupado por um terceiro, mas parece que o governo Trump está com dificuldades para preencher a vaga.