SÃO PAULO – Delator da empreiteira Schahin, o engenheiro Edison Coutinho, confirmou ao Ministério Público Federal que Paulo Remy Gillet Neto, sócio da WTorre, pediu R$ 18 milhões para abrir mão de uma concorrência e permitisse que o cartel, reunido no consórcio Novo Cenpes, assumisse a obra do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), na Ilha do Fundão, no Rio. O caso, que revela a corrupção na iniciativa privada, foi revelado na 31ª a fase da Lava-Jato, em julho do ano passado.
Na ação, executivos da Petrobras e das empreiteiras OAS, Carioca Engenharia, Schahin, Construbase e Construcap respondem por corrupção e lavagem de dinheiro na reforma. O acordo de delação premiada de Coutinho só foi homologado em 8 de fevereiro. Ele deverá pagar multa de R$ 500 mil.
Em depoimento, Coutinho disse que participou de reuniões no Rio e em São Paulo, onde representantes das empreiteiras fizeram a divisão de obras como o Cenpes e Centro Integrado de Processamento de Dados (CIPD).
Ele afirmou que o consórcio do novo Cenpes foi pego de surpresa com a oferta de R$ 40 milhões a menos da WTorre para fazer a obra na Ilha do Fundão. Segundo a Lava-Jato, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, então presidente da OAS, fez pessoalmente a proposta de propina a Walter Torre Júnior, sócio da empresa, e a Francisco Geraldo Caçador, executivo da empresa.
Segundo o delator, os membros do consórcio concordaram que o jeito de tirar a W.Torre do negócio seria por meio do pagamento de propina para que o consórcio Novo Cenpes se sagrasse vencedor.
A reportagem ainda não conseguiu contato com a W Torre.