?Nasci em Barcelona, e estudei Administração de Empresas com ênfase em Marketing na Loyola Marymont University, em Los Angeles, e quando era pequena queria ser tenista profissional. Há cinco anos coordeno Imprensa e Relações Públicas da Associação de Tenistas Profissionais nas Américas.?
Conte algo que não sei.
Em geral, as pessoas não se dão conta de que nós, que trabalhamos no circuito
da ATP, não somos muitos, e acabamos virando uma grande família, sempre na
estrada. No meu departamento somos apenas nove, que se dividem por três regiões:
Europa, Américas e região Internacional.
E na ATP inteira, são quantos profissionais?
Menos de cem. É até curioso, porque às vezes as pessoas me dizem que estão
interessadas em trabalhar conosco, e não se dão conta de que somos tão
poucos.
E de que forma você resume suas funções na ATP?
Meu trabalho é promover o esporte. Uma parte é fazer uma ponte entre os
torneios e a imprensa e também as atividades de Relações Públicas entre os
tenistas e o torneio. Em outros anos, fizemos ações promocionais, levando os
tenistas até de helicóptero para algum lugar. Isso é bom, porque promove o
tênis, o torneio e mesmo o nome da cidade para a qual vamos num cenário
internacional: levamos os tenistas a ações de patrocinadores, a sessões de
autógrafos. É um trabalho muito bonito, porque você trabalha com tanta gente
diferente, chega a uma cidade, tem que entender uma outra cultura e procura
maneiras de promover o esporte ali.
Quantas cidades estão na sua região?
Buenos Aires, Rio, Acapulco, Indian Wells e Miami. Também viajamos fora de
nossas regiões, mas nosso enfoque, quando fazemos media pitching, é
sempre em nossa região. Mas também viajamos para Nova York, Estocolmo…
Como você observa esse momento do tênis atual?
Para mim, é um momento interessante, porque o tênis masculino está num
momento de transição, numa troca de guarda. Então, o interessante é fazer o
público conhecer esses novos rapazes, que certamente estarão na liderança dos
rankings mundiais na próxima década.
As entrevistas coletivas não se tornam um pouco chatas, uma vez
que os atletas estão mais protocolares, com respostas muito treinadas?
Bom, o problema é que também fazem sempre as mesmas perguntas. E, logo após a
partida, se o tenista perde, muitas vezes ele não gosta de como uma pergunta é
formulada. E ainda há o problema de quando a resposta é tirada de contexto. No
fim, os jogadores cuidam de sua própria imagem, e não posso falar por eles. E
tampouco me meto em situações tensas. É o momento deles.
Qual foi o momento mais inesquecível que já presenciou numa sala
de imprensa?
A última coletiva de Andy Roddick, no Aberto dos EUA de 2012. Ele sabia que
era seu último torneio, e estava em casa. Impressionou-me muito. Ele estava
muito comovido.
Ainda se vê muita superstição nas quadras?
O que escuto é que há alguns tenistas que, se vão ganhando etapas de um
torneio, usam sempre o mesmo chuveiro (risos), ou não pisam nas linhas da quadra
quando entram. Cada um faz as coisas que reforçam a confiança à sua maneira.
Muito deles são supersticiosos, mas não todos.
Você jogou tênis. Quem era seu ídolo quando começou?
Arantxa Sánchez-Vicario. Eu era encantada por ela.