SÃO PAULO – A Coca-Cola prevê queda no lucro ajustado de 2017 em razão de gastos maiores na venda de operações de engarrafamento para franqueados na América do Norte. A empresa vem se desfazendo dos negócios de engarrafamento para lidar com a queda na demanda por refrigerantes na América do Norte.
A Coca-Cola prevê que o lucro ajustado de 2017 recue de 1% a 4% em relação ao resultado de US$ 1,91 por ação de 2016. Analistas estimavam, em média, US$ 1,97 por ação, segundo a Thomson Reuters.
Nesta quinta-feira, a Coca-Cola informou que estava no caminho de concluir a venda das operações de engarrafamento nos EUA até o fim deste ano. Os encargos decorrentes desse processo devem ter um impacto sobre o lucro anual da companhia maior do que analistas previam, informou a corretora Cowen & Co em nota a clientes na quinta-feira.
As ações da maior fabricante mundial de bebidas caíam cerca de 2,4% nesta quinta-feira, para US$ 41.
LUCRO LÍQUIDO CAI MAIS DA METADE
No quarto trimestre de 2016, o lucro líquido atribuído aos acionistas da empresa caiu mais do que pela metade, para US$ 550 milhões, ou US$ 0,13 por ação, ante US$ 1,24 bilhão, ou US$ 0,28 por ação, no mesmo período de 2015.
O trimestre incluiu uma despesa extraordinária de US$ 919 milhões relacionada à venda das operações de engarrafamento. Sem considerar itens não recorrentes, a Coca-Cola lucrou US$ 0,37 por ação, em linha com as expectativas.
A receita líquida operacional encolheu cerca de 6%, para US$ 9,41 bilhões, registrando a sétima queda consecutiva. No entanto, ficou acima da projeção de US$ 9,13 bilhões devido às vendas maiores de refrigerantes na América do Norte, seu principal mercado.
Em termos de volume, as vendas cresceram 1% na América do Norte no quarto trimestre. Globalmente, houve queda de 1% na comparação anual devido aos níveis altos de inflação em alguns países latino-americanos.