BRASÍLIA – Depois de uma conversa com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), assinou na tarde desta segunda-feira o requerimento apresentado pelo senador Álvaro Dias (PV-PR) para retirar de pauta o projeto a lei que pune o abuso de autoridade.
Bauer disse AO GLOBO que conversou por telefone com Aécio, que está em São Paulo para um encontro com o ex-presidente Fernando Henrique. Segundo ele, o tucano concordou com a posição da maioria de que não é o momento de se votar a proposta, diante da reação das ruas neste domingo e da desfiguração do pacote das dez medidas anticorrupção.
? Não é o momento de ser votar. Pode ficar certo de que isso não vai para a pauta amanhã (terça-feira) ? disse Bauer a Álvado Dias, ao assinar o documento.
Aécio era favorável à votação da proposta, em apoio ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), autor da ideia. Mas, segundo tucanos, a situação mudou e Aécio foi informado da posição da maioria. A preocupação dele, nas conversas, foi de que não se diga que o PSDB simplesmente não vai mais votar, reforçando apenas uma posição de que esse não é o momento.
?Consultei a maioria dos senadores, também conversei com o senador Aécio ? disse o tucano.
Perguntado sobre o jantar do domingo passado, na residência de Renan e com a presença do presidente da República, Michel Temer, que pediu para que essas propostas não fossem mais votadas e teve seu pedido negado pelos parlamentares, Bauer foi deixou claro a mudança de posição.
? Nem conversa de jantar, nem reunião que não seja a posição de hoje ? disse o tucano.
Nos bastidores, Renan foi informado já na terça-feira das resistências do PMDB, mas disse a interlocutores que contava com o apoio de Aécio e que o PSDB está sempre dividido. A bancada se reuniu, diante da postura de Renan, e “enquadrou” os apoiadores do presidente do Senado.