Cotidiano

'Não permitiremos que país fique paralisado', diz Temer

BRASÍLIA – Em meio à citação de seu nome e do núcleo do governo na delação do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, o presidente Michel Temer disse que não vai “permitir” que o Brasil fique paralisado, e mostrou que irá se defender sempre que necessário. Perguntado se cogita renunciar, o presidente não respondeu.

? Há conflitos, há problemas no país? Há, e não podemos mantê-los indefinidamente ? declarou o presidente, complementando:

? Não podemos deixar que isso paralise o país. Não deixaremos que isso aconteça.

O presidente completou citando o documento que enviou nesta segunda-feira ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedindo rapidez nas investigações, e justificando o requerimento apelando para as crises econômica e política por que passa o Brasil:

? Pedi ainda ontem que essas coisas todas, muitas vezes acusatórias, que venham logo à luz. E que, vindo à luz, quem for acusado, possa se defender, porque estamos na primeira fase da acusação. Há um longo processo onde há defesa, e isso e aquilo.

O presidente Michel Temer enfatizou que o governo não saiu derrotado de votação no Senado do segundo turno da proposta à emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos para os próximos 20 anos. No primeiro turno, a base do governo teve 61 votos. Nesta terça-feira, 53. Eram necessários 49 votos para aprovar a emenda.

? Na verdade, isso (a diminuição de votos para o governo) se deveu à ausência de senadores, e não a voto contrario.

Na esteira da defesa que fez do governo no discurso, Temer disse que tem coragem ao apresentar reformas econômicas duras, quando poderia só “deixar para depois”. Ele elogiou a “parceria” do Poder Executivo com o Congresso para rebater “argumentos”, sem dar mais detalhes. O peemedebista anunciou também que deve lançar medidas de estímulo à economia nesta quinta-feira.

? Contra o argumento, apresento o documento. Contra o argumento, apresento o fato. Se há o argumento, há o fato que está sendo apresentado aqui, de propostas aprovadas pelo Congresso Nacional. Há valores que estão sendo disponibilizados para o crescimento do país ? declarou, em cerimônia que lançou crédito de R$ 3 bilhões para renovação da frota nacional de ônibus, com recursos do FGTS, nesta terça-feira. 10 mil ônibus deverão ser comprados.

A frota de ônibus do Sistema de Transporte Coletivo é de 107 mil veículos e 1.800 empresas. De acordo com a Associação Nacional de Transportes Urbanos, mais de 30 milhões de brasileiros pegam ônibus diariamente. Ainda serão definidos itens como prazo de carência e garantias. A contrapartida vai permanecer em 5% do valor total do investimento.