Cotidiano

?Anne Frank de Alepo? publica ?última mensagem?: ?não posso mais viver?

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RIO ? Do principal campo de batalha na Síria, uma menina de apenas 7 anos vem relatando para o mundo os horrores da guerra. Por meio do Twitter, Bana Alabed conta o cotidiano da sua família em Alepo, que está sendo disputada por rebeldes apoiados pelo ocidente e o governo sírio, suportado pelos russos. Desde setembro na rede social, ela publica, com ajuda da mãe, Fatemah, mensagens mostrando como ela tenta viver normalmente, estudando e brincando, diante da ruína da cidade. Neste domingo, sob pesado bombardeio, ela se despediu:

LINKS ANNE FRANK

?Última mensagem – sob intenso bombardeio agora, não podemos mais viver. Quando nós morrermos, continuem falando sobre as 200 mil pessoas que ainda estão aqui. Adeus?, escreveu a mãe da menina, Fatemah.

Por causa dos seus relatos, Bana vem sendo chamada pela imprensa internacional como a ?Anne Frank de Alepo?, em referência à adolescente alemã judia, vítima do Holocausto, que escreveu um diário sobre a Segunda Guerra Mundial. O drama vivido por Bana chamou a atenção da escritora britânica J.K. Rowling, autora da série ?Harry Potter?.

Bana tem sido fonte de informação sobre o que está acontecendo em Alepo. Ela publica fotos e vídeos da cidade bombardeada e de amigos e parentes que perderam a vida por causa dos combates. Entre os apelos para que seja salva, a menina tenta mostrar um pouco de normalidade, com fotos dela estudando ou brincando com amigos.

Anne Frank de Alepo

Nesta segunda-feira, a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos anunciou que o exército sírio recuperou o controle de bairros no leste de Alepo, após forte ofensiva durante o fim de semana. Pelo Twitter, Bana relatou os acontecimentos. Após a mensagem de despedida, ela escreveu que sua casa foi atingida:

?Hoje a noite nós não temos casa, ela foi bombardeada e eu fiquei nos escombros. Vi morte e quase morri?, escreveu a menina, no domingo.

Nesta segunda, a última mensagem publicada pela menina, por volta das 6h pelo horário de Brasília, diz que a cidade estava sob intenso bombardeio:

?Entre a morte e a vida agora, por favor continue rezando por nós?.