RIO- Estudos revelaram que apenas uma dose do alucinógeno psilocibina é capaz de diminuir a depressão e a ansiedade de pacientes com câncer por pelo menos seis meses. A substância que atenua os distúrbios é encontrada em cogumelos. alucinógenos
As pesquisa foram feitas pela Universidade de Nova York (NYU) e pela Universidade Johns Hopkins, e divulgadas nesta quinta-feira. Na análise feita pela NYU, os pesquisadores estudaram 29 pacientes que tiveram distúrbios psicológicos, como ansiedade e depressão, ocasiosanos por câncer em estágio avançado, e também aqueles que estavam em remissão da doença. Após o experimento, até 80% relataram redução da ansiedade e da depressão por seis meses.
Durante o estudo, na primeira sessão, parte dos pacientes foi submetida a uma pílula com uma dose de psilocibina e os demais a uma pílula placebo. Na segunda sessão, as pílulas foram trocadas de modo que os pacientes que já haviam ingerido a pílula de psilocibina consumissem agora o placebo, e vice-versa. Para complementar, durante as sessões os participantes do estudo ficavam em uma sala com sofá, música e máscara de dormir.
Já na pesquisa da Universidade Johns Hopkins, 51 pessoas foram submetidas a uma dose grande da droga e 80% delas também relataram diminuição dos sintomas.
“O sentimento de amor imenso permaneceu por semanas, e quatro anos depois eu ainda sinto isso às vezes”, comentou Dinah Bazer, uma das participantes do estudo, em relato divulgado pela revista “Time”.
De acordo com os participantes, com a psilocibina foi possível experimentar uma sensação enorme de “amor” e a percepção de que tudo havia mudado imediamente.
Os estudos que analisam as propriedades terapêuticas da psilocibina foram publicados no periódico científico “The Journal of Psychopharmacology” e tiveram apoio de 11 especialistas da área.
” Nossos resultados representam a evidência mais forte até agora de um benefício clínico da terapia com psilocibina, com o potencial de transformar e cuidar de pacientes com sofrimento psíquico relacionado ao câncer”, afirmou Stephen Ross, do Departamento de Psquiatria da NYU.
Em maio desde ano, um estudo da Universidade Imperial College London já havia mostrado os efeitos da psilocibina. No entanto, apesar dos resultados positivos desses estudos, pesquisas com substâncias como a psilocibina são difíceis de serem realizados por causa de entraves burocráticos, já que a substância é classificada como uma droga do mesmo tipo que a heroína, LSD e maconha, entre outras.