Cotidiano

Barragem do lago: Prefeitura cadastra imóveis inclusos na área da mancha de inundação

Em destaque no mapa, a chamada “mancha de inundação”

Barragem do lago: Prefeitura cadastra imóveis inclusos na área da mancha de inundação

Cascavel – Os imóveis que estão dentro da área denominada como “mancha de inundação” serão visitados a partir desta semana por servidores municipais que fazem parte da Comissão Intersetorial de Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação do Plano Municipal de Segurança da Barragem e do Plano de Emergência do Lago Municipal de Cascavel. As vistorias iniciaram ontem (4) e não têm prazo determinado para terminar.

De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Nei Haveroth, o cadastro será feito na área que “seria atingida caso houvesse um rompimento da barragem do Lago Municipal”. O cadastro dos imóveis será feito por meio de um aplicativo que deve acelerar o trabalho dos servidores que foram iniciados abaixo da barragem da BR-277 e alcançará toda a área delimitada na “mancha”.

“Faremos esse levantamento até para uma experiência, começar a conversar com os moradores e levantar as informações”, explicou. Segundo ele, depois que finalizar a área abaixo antes da rodovia, inicia o trabalho depois da BR-277. “Vai ser um serviço um pouco mais demorado, mas faremos um acompanhamento técnico, com a equipe que vai fazer esse levantamento”, explicou.

Haveroth explicou que a comissão tem uma ideia da área que possivelmente seria atingida, mas os servidores vão seguir o mapa das ruas para ter o número certo de quantas pessoas moram dentro desta mancha e quantos imóveis vão compor o plano. “Por isso que será feito o cadastro com o aplicativo, para termos esse levantamento preciso para passar para as autoridades que são responsáveis para organizar uma eventual situação de emergência”, detalhou.

“Com todas essas informações coletadas, será feito um banco de dados e repassado a conhecimento de todos os órgãos oficiais”. O trabalho não tem prazo para terminar, já que vai depender dos moradores estarem em casa para responder ao questionário. Por conta disso, o secretário disse que os trabalhos devem ser concentrados nos finais de tarde e de semana, para ter uma chance maior de encontrar as pessoas em casa, já que todos os imóveis terão que ser visitados, como se fosse um censo local.

Os moradores terão que responder algumas perguntas, como número de moradores e se tem alguém com grau de dificuldade que precisa de um atendimento especial em situação de emergência, além do tipo de edificação e quantidade de animais domésticos, entre outros. Os servidores estarão identificados com coletes e crachás.

Plano de emergência

Depois do rompimento da barragem de Brumadinho em janeiro de 2019, que causou 270 mortes, em um grande desastre ambiental, as preocupações aumentaram em todo o país. Em Cascavel, o IAT (Instituto Água e Terra) exigiu a elaboração deste planejamento para ter a situação mapeada e ter informações detalhadas em caso de algum problema.

Pelo volume de água, naturalmente a barragem do Lago Municipal de Cascavel é considerada de alto risco, mas conforme o secretário, neste momento, não apresenta qualquer condição para um rompimento. Paralelo a este trabalho, o Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) também está elaborando um relatório como forma de diminuir as chances de acidentes envolvendo esse tipo de estrutura.

A ação consiste em fiscalizar todos os serviços técnicos de modalidades das Engenharias, Agronomia e Geociências relacionados às barragens, como obras, manutenções e instalações, entre outros itens. O trabalho dos fiscais também identifica profissionais com responsabilidade técnica dos empreendimentos em geral e os documentos relacionados à segurança dessas barragens previstos pela PNSB (Política Nacional de Segurança de Barragens).

Uma das orientações do Crea-PR é para que proprietários de barragens, especialmente aquelas com menor volume, façam o devido registro e contem com profissionais cadastrados no Sistema Confea/Crea como responsáveis técnicos. Essa iniciativa também busca conscientizar proprietários de pesque-pagues e de açudes sobre regulamentação conforme a legislação da política nacional de segurança.

Foto: Mapa/Sema