Cotidiano

Colômbia e Farc se unem para lutar contra cultivo ilegal de coca

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BOGOTÁ – O governo colombiano e os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram na sexta-feira um plano para substituir as plantações ilegais e erradicar vastas áreas de plantação folha de coca ? matéria-prima para a cocaína ? dentro do próximo ano, como parte do acordo de paz para acabar com os mais de 50 anos de guerra.

A Colômbia, que segundo a ONU possui mais de 96.000 hectares plantados com coca, destruiu 17.642 deles no ano passado e apreendeu um recorde de 378 toneladas de cocaína.

A Colômbia e o vizinho Peru são os principais produtores mundiais de cocaína. A plantação de coca subiu 39% em 2015 depois que o governo parou a fumigação aérea com o glifosato químico, que era parte de sua estratégia antinarcóticos apoiada nos EUA.

O comissário responsável pelo pós-conflito, Rafael Pardo, disse que o governo vai investir 340 milhões de dólares no programa de substituição, que, segundo ele, beneficiará 50 mil famílias. Cacau e árvores frutíferas estão entre as culturas substitutas da coca, dependendo das características do solo em cada área.

“O objetivo é substituir cerca de 50 mil hectares de lavouras ilícitas durante o primeiro ano de implementação em mais de 40 municípios dos departamentos mais afetados”, afirmaram o governo e os rebeldes em um comunicado conjunto.

As Farc foram consideradas um dos maiores atores do narcotráfico na Colômbia. Os guerrilheiros inicialmente “tributaram” a produção de coca dos agricultores em áreas rurais sob seu controle, mas passaram a dominar o tráfico nessas mesmas áreas.

O presidente Juan Manuel Santos e a liderança das Farc concordaram com um programa de substituição de culturas, como parte do acordo de paz acertado no ano passado. Os guerrilheiros prometeram abandonar o lucrativo comércio de drogas, mas outros grupos armados, incluindo milícias e outras gangues, têm procurado substituir as Farc e assumir seu antigo fluxo de renda.