A Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel divulgou ontem (19), durante coletiva de imprensa, o resultado do 4º Liraa (Levantamento de Índice Rápido e Amostral de Infestação por Aedes Aegypti), realizado de segunda a quarta-feira desta semana. O índice apurado causou preocupação das autoridades de saúde, principalmente pelo crescimento de 70% de infestação, na comparação com o mesmo período do ano passado, e pela grande parte dos criadouros encontrados, cerca de 35%, estarem dentro dos imóveis em vasos e pratos de plantas e bebedouros de animais.
O índice geral do Município fechou em 1%, no médio risco de infestação, mas em alguns bairros o índice chegou a 2,3% como é o caso da região do Bairro Maria Luiza. Na sequência aparecem os bairros da região do Santa Cruz e do Guarujá, com 1,6%, e 1,2% para a região do Faculdade e Cascavel Velho. Dos 4.750 imóveis vistoriados foram encontrados 57 criadouros em 47 residências. Outro dado que chamou a atenção é que outros 35% de criadouros foram encontrados em lixo e outros resíduos que acumulam água.
O secretário municipal de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak, abriu a coletiva agradecendo o trabalho da população e também da imprensa, que foi a porta voz da secretaria que desde a epidemia no ano de 2021 a 2022, com 13 mil casos e 15 óbitos, sempre auxiliou na divulgação dos trabalhos. “Trabalhamos muito no ano epidemiológico passado e fechamos com 159 casos porque a população agiu e, agora, é importante que novamente todos se unam e não deixem a cidade passar pelo mesmo problema que já tivemos”, convocou o secretário.
Bailak reforçou que é importante que toda a população faça sua revisão semanal. A Secretaria de Saúde continuará trabalhando intensamente para não aumentar a quantidade de casos. Neste ano epidemiológico, que começou no dia 31 de julho, a cidade conta com 6 casos positivos, sendo que no mesmo período do ano passado eram 10, mas a preocupação é maior já que o calor está chegando e as chuvas deixam o clima propício para o criadouro do mosquito.
Visitação e orientação
A gerente da Vigilância em Saúde Ambiental, Clair Wagner, anunciou que a partir da próxima semana os agentes intensificarão as visitas nos imóveis dos estratos com maior índice e que é importante que os moradores recebam os agentes, já que o objetivo é de identificar possíveis criadouros e de ajudar os moradores a eliminar o mosquito. Além disso, servidores que fazem parte do setor de educação em saúde estão com uma ação lúdica, em que uma pessoa caracterizada de mosquito, percorre empresas para palestrar sobre a prevenção ao Aedes aegypti.
A gerente orientou que aqueles que quiserem receber a visita do grupo, basta entrar em contato com o Setor de Endemias, pelo telefone 3902-1343, e agendar a visita. Além disso, ela reforçou que moradores que tiverem denúncias de locais de proliferação podem fazer de forma anônima pelo o 156 – Ouvindo Cidadão do Município. “Temos uma preocupação já que no último ciclo do Liraa o índice estava em 0,4% e, se não cuidarmos agora, com os criadouros a situação vai piorar nos primeiros meses do ano quando o calor é mais intenso”, analisou.
Clair Wagner disse ainda que, primeiramente, as ações serão focadas nas visitas que somente neste ano tive um reforço de 30 agentes, muitos deles homens. “Temos recebido uma grande quantidade de mensagens de moradores perguntando se temos homens de agentes, porque muitos estavam acostumados com as mulheres, mas informamos que são os novos servidores”, explicou.
Beatriz Tambosi, gerente da Vigilância Epidemiológica, reforçou que é importante que os moradores saibam da importância de combater o mosquito e eliminar os criadouros; somente dessa forma a cidade ficará baixo número de casos e sem óbitos pela doença. Nos imóveis em que são encontrados focos os moradores são notificados e, na maior parte deles, os problemas são resolvidos. O próximo ciclo do LIRAa será realizado em janeiro de 2024.