Cotidiano

Dragagem baixa nível da água do Lago e expõe lixo que estava “escondido”

Dragagem baixa nível da água do Lago e expõe lixo que estava “escondido”

Cascavel – O trabalho de dragagem dos sedimentos do Lago Municipal de Cascavel continua a todo vapor e se concentra, desde o início deste mês, próximo à ponte na entrada pela Rua Jacarezinho. Nesta semana para conseguir trabalhar nessa região, o nível da água foi baixado em cerca de 35 centímetros no vertedouro e o recuo da água acabou expondo uma grande quantidade de lixo que teve que ser retirada manualmente pelos funcionários da empresa que está realizando a obra de limpeza do Lago.

Somente na manhã de ontem (21) pelo menos duas caçambas cheias de lixo tinham sido retiradas, desde restos de árvores, plásticos, metais, garrafas pet e até roupas. Os dois motores que fazem a dragagem estão no mesmo local, trabalhando em potência máxima de sucção, que atinge cerca de 100 metros cúbicos por hora, bombeando toda sujeira pelo 350 tubos de 12 metros cada, até o terreno no Bairro Cascavel Velho.

De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente de Cascavel, Nei Haveroth, foram baixados apenas 35 centímetros no vertedouro, mas o reflexo na cabeceira foi maior, o que acabou aflorando os materiais que estava há anos depositados no local. “Para que a draga consiga sugar os sedimentos e não entupir é preciso fazer essa separação de forma manual. Mesmo assim, em algumas vezes ela acaba entupindo e é necessário parar o serviço para desentupir e continuar o processo”, explicou o secretário.

Segundo Haveroth, desde o começo dos trabalhos no começo de março até agora, foram retirados 75 metros cúbicos de lixo, cerca de 15 caçambas recebendo a destinação correta por parte da empresa. “Neste lixo tem material muito antigo que os funcionários da empresa estão encontrando, tem até correia de bicicleta que eles encontraram”, relatou o secretário, complementando que esse trabalho continua até que seja feita a retirada de todo sedimento naquela região do reservatório.

Trabalhos

Também continua a colocação das pedras que são conhecidas como “rip rap”, trabalho que iniciou no começo deste mês, que visam conter a ação da água nos dias de vento forte, que fazem com que terra da margem, acabe despencando para dentro do lago. Além disso, ainda serão feitas ainda as caixas de contenção para evitar que ocorre novamente o assoreamento do lago. Conhecidas também como “gabião” elas vão acondicionar a sujeira que acaba caindo nas ruas que fazem parte da bacia e que com as chuvas, acabam sendo levadas pelas as galerias da região até o lago.

De acordo com informações da assessoria de imprensa da Sanepar que é responsável pela a obra, até agora foram retirados 10.650 mil metros cúbicos de sedimentos do total de 21,5 mil metros que devem ser retirados. Deste montante cerca de 60% é formado por restos de pedra e de areia e 40% é uma argila, que ficou acondicionada há anos na principal caixa de água da cidade.

R$ 3,8 milhões

O serviço está sendo feito pela a Construtora Hamirisi, pelo valor de R$ 3.870 milhões. A proposta é que depois de pronta, o Lago fique limpo, assim como era no começo em que foi criado, no ano de 1980. O último desassoreamento foi realizado entre 2008 e 2010, quando segundo a Sanepar, foram retirados 108.000 m³ de lodo.

Parque no local dos sedimentos

Os sedimentos que são retirados estão sendo levados pela a tubulação até um terreno que fica atrás da Escola Municipal Atílio Destro, há 3,5 mil metros de distância. A área suporta receber até 23 mil metros cúbicos, um pouco a mais do que previsto para ser retirado. Depois que terminar o trabalho, o terreno vai receber um preenchimento e será feita a revitalização com grama.

O secretário Nei Haveroth disse a reportagem do O Paraná que a proposta é fazer um parque para a população, deixando o espaço como uma área recuperada, fazer calçada no entorno, transformando o local degradado em revitalizado.

A previsão é as obras complementares de instalação de taludes, recomposição de pavimentos, plantio de mudas e grama e resgate da fauna, serão feitas gradativamente ao longo da execução do desassoreamento, devendo ser concluídas até novembro ou dezembro. Depois disso, o lago terá sua vida útil aumentada, visto que é um dos maiores reservatórios do país, dentro do perímetro urbano, contendo uma lâmina d’agua equivalente a 39 hectares de área e em níveis normais possui 4 bilhões de litros de água vindos das nascentes do Rio Cascavel.

Foto: Sema