Cotidiano

Cascavel investiga caso suspeito de febre maculosa em homem adulto

Cascavel investiga caso suspeito de febre maculosa em homem adulto

Cascavel – Nos últimos dias o surgimento de casos confirmados de febre maculosa em diversos estados do país, está deixando os setores de saúde “em alerta”, tanto em nível federal quanto estadual e municipal. Por outro lado, surge a preocupação da população que busca informações sobre a doença que ameaça a saúde e até pode levar a óbito. De acordo com 10ª Regional de Saúde, um caso está sendo investigado em um paciente de Cascavel que apresentou sintomas e chegou a ser internado, mas se recupera em casa.

De acordo com o chefe da Vigilância Epidemiológica da 10ª Regional de Saúde, Daniel Fontoura Loss, existe suspeita que o caso seja, de fato, febre maculosa, mas é necessário ainda ser confirmado pelo laboratório que é de referência nacional. “Com a suspeita do médico foi entrado com o tratamento de medicamento, um antibiótico, já que a febre é transmitida por um carrapato, mas causado por uma bactéria”, explicou Daniel. O último caso confirmado em Cascavel foi no ano de 2019.

O caso é de um homem de 40 anos que iniciou com febre no dia 3 de maio, além de ter os sintomas como dor de cabeça e no corpo, manchas avermelhadas, além de sintomas respiratórios. Os médicos suspeitaram também de uma influenza (síndrome respiratória aguda), mas como o paciente relatou que teve contato com carrapato alguns dias antes durante uma pescaria a equipe que prestou atendimento suspeitou de febre maculosa, dando início ao tratamento e investigação conforme o protocolo.

“Doença rural”

Segundo o chefe os sintomas iniciais são bastante parecidos com o da dengue, com febre alta do no corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas. O problema é a sua evolução, por isso, o quanto antes entrar com tratamento, maior é a chance de cura. “É nesses casos que entra a investigação do setor de Epidemiologia, lembrando que esta febre é uma doença mais de área rural, diferente da dengue que é mais de área urbana e, nesses casos, a investigação clínica do médico faz a diferença”, salientou.

É importante reforçar que a pessoa que tiver contato com o carrapato-estrela não pode “espremer”, porque é dessa forma que pode existir a contaminação. Na quinta-feira (15), a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) reforçou que monitora a febre maculosa no Paraná com equipes técnicas da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores. Neste ano já foi confirmado um caso em Foz do Iguaçu, além de mais 43 notificações em todo o estado.

Sobre a doença

A doença, transmitida pelo carrapato-estrela, teve seu primeiro caso confirmado no território em 2006, no município de Itambaracá, situado na região Norte. A febre maculosa é uma doença febril infecciosa, causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. A espécie é encontrada com mais facilidade em locais próximos a matas, com umidade elevada.

O carrapato parasita o animal entre eles, bois, cavalos, capivaras, cães, e a depender da espécie pode vir acidentalmente parasitar o humano, sendo necessário o vínculo epidemiológico com o vetor transmissor, ou seja, o carrapato infectado. De acordo com levantamento da Sesa, desde 2018 houve o registro de 42 casos confirmados da doença no Estado. Todo o caso suspeito requer notificação imediata, registrada no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), através do preenchimento da Ficha de Investigação da Febre Maculosa.

Por isso, em caso de suspeita o paciente de procurar imediatamente os serviços de saúde. É importante que a população relate para a equipe de saúde que houve a picada do carrapato ou a possibilidade de contato com o vetor a fim de direcionar a condução do caso de forma mais assertiva possível.

Capivaras são monitoradas e Lago Municipal segue seguro

Segundo Daniel Loss, é importante que diante deste cenário, as pessoas tenham cuidados em relação aos animais que servem de hospedeiro desse carrapato. Em Cascavel, um dos questionamentos é acerca das capivaras que ficam no Lago Municipal, que segundo o chefe do setor, podem ter os carrapatos que transmitem a febre maculosa. Ele ressata, porém, que a 10ª Regional acompanha o monitoramento que já é feito pelo Município.

A reportagem do Jornal O Paraná entrou em contato com a Sema (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) que disse que o Lago Municipal conta em média com cerca de 150 capivaras agrupadas em 7 famílias e que a Divisão de Vida Silvestre e Bem Estar Animal realiza semestralmente o monitoramento dos animais realizando a contenção química das capivaras para avaliação clínica e coleta de ectoparasitas.

Por meio de nota a secretaria informou que até o momento não foram encontrados o carrapato-estrela com a bactéria que transmite a febre maculosa, mas que além do monitoramento das capivaras, tem informado a população sobre o carrapato-estrela por meio de placas informativas. Também reforçou que não é permitida a presença de animais domésticos, como cães e gatos no lago, bem como a realização de piqueniques com as pessoas sentadas diretamente no gramado.

Diante disso, a caminhada e demais práticas esportivas no espaço não configuram riscos à população.

Foto: Arquivo/OParaná