RIO – Por dois votos a um, a 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) atendeu pedido da defesa do ex-presidente da Eletronuclear Othon Silva e resolveu tirá-lo de Bangu 8 para enviá-lo a uma prisão militar. Votaram a favor de Othon os desembargadores Ivan Athié e Abel Gomes. Othon Silva se aposentou como vice-almirante da Marinha.
A turma, no entanto, rejeitou o pedido da ex-cúpula da Eletronuclear e manteve presos o ex-diretor técnico Luiz Antônio de Amorim Soares, o ex-diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente Persio Jordani, ex-diretor de Administração e Finanças Edno Negrini e ex-superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos Luiz Manuel Amaral Messias. Eles foram presos em julho, durante a deflagração da Operação Pripyat.
Em suas manifestações, a Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR2) advertiu que os denunciados, mesmo depois de afastados de seus cargos, interferiram em atividades da empresa, tal como a prestação de esclarecimentos ao Tribunal de Contas da União (TCU). Um réu teria inclusive ameaçado o sócio de uma grande fornecedora da Eletronuclear, caso ele revelasse sobre o esquema em eventual acordo de colaboração premiada.
O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva foi condenado pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, em agosto a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisão e organização criminosa durante as obras da usina nuclear de Angra 3. Outras 12 pessoas envolvidas também foram condenadas.