BRUXELAS – A Comissão Europeia vai se reunir nesta semana com grupos de defesa de consumidores para garantir que eles estão fazendo o necessário para pressionar pelo pagamento de indenizações por parte da Volkswagen a motoristas europeus afetados pelo escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes da empresa.
Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira, a Comissária para Consumidores, Vera Jourova, afirmou que o ?Dieselgate? foi um desafio para todo o continente, e explicou que a comissão está avaliando se houve brechas em leis europeias que regulam o setor.
? Há um alto padrão para todos os membros, para ser aplicado em caso dessas regras serem descumpridas. Parece ser o caso do chamado ?Dieselgate? ? garantiu Jourova.
De acordo com ela, grupos de consumidores e autoridades nacionais indicaram nas últimas semanas que a Volkswagen não forneceu as informações necessárias para os clientes.
A empresa ressaltou, em comunicado, que considera as alegações da comissária infundadas.
?Mesmo assim, estamos mantendo um diálogo regular e construtivo com as autoridades e instituições de Bruxelas?, diz o texto.
O planejamento de Jourova é se reunir com os consumidores na próxima quinta-feira, e com agências de proteção nacional no dia 29 de setembro. Também ocorrerá um encontro com a Volkswagen, ainda sem data marcada.
? Não é a minha intenção utilizar ações fortes sem uma comunicação justa com a empresa. Não posso dizer que vou adotar uma postura rígida. Quero que olhem a legislação e vejam o que podem fazer ? afirmou, sem explicar quais seriam as ?ações fortes?.
A Comissão afirmou que as autoridades nacionais devem agir em relação à Volkswagen da maneira em que acharem melhor. Mas também há um desejo de reforçar as leis da União Europeia e mostrou, ao cobrar impostos atrasados da Apple, que multinacionais serão enfrentadas quando for necessário.
Jourova tem trabalhado com grupos de consumidores para pressionar a Volkswagen para compensar voluntariamente os clientes europeus pelo escândalos, assim como fez nos Estados Unidos.
A empresa prometeu indenizar em bilhões de dólares os motoristas americanos, mas ainda não aceitou pagar uma compensação semelhante na Europa, onde 8,5 milhões de veículos foram afetados. Mas, devido a leis diferentes, as chances de um acordo são menores.