BRUXELAS ? O histórico rompimento do Reino Unido com a União Europeia (UE) pode ser um processo longo e doloroso, mas o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, parece estar lidando, pelo menos no início, de forma amigável. Brexit
? Já sentimos saudade ? disse ele ao Reino Unido após o início formal do Brexit.
Tusk recebeu nesta quarta-feira a carta com a notificação oficial do Brexit. O texto assinado pela primeira-ministra britânica, Theresa May, invoca o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que marcará o primeiro processo de saída de um Estado membro em 60 anos de História da UE.
Em seu primeiro discurso após o início formal do Brexit, May afirmou que é um momento histórico e um processo sem volta, pedindo unidade aos britânicos.
? Não voltaremos atrás no Brexit ? afirmou. ? Agora é a hora de o Reino Unido se unir e garantir o melhor acordo possível. O Reino Unido deve deixar a União Europeia mais forte, mais justo e mais solidário.
May disse ainda que o país continua sendo um parceiro da Europa apesar do Brexit.
? O Reino Unido será o melhor amigo e vizinho dos nossos parceiros europeus ? acrescentou. Entenda o Brexit em um minuto
A ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa por parte de Londres coloca à prova a solidez das costuras do bloco europeu, que enfrenta uma série de crises, e as britânicas, se o descontentamento da Escócia e da Irlanda do Norte com o Brexit terminar em independência.
As negociações propriamente ditas começarão no fim de maio, início de junho, e o primeiro “cara a cara” entre May e os líderes dos 27 está marcado para 22 de junho.
A chefe do governo britânico quer uma ruptura precisa e renunciará ao mercado único para poder controlar a imigração, o que despertou preocupação em setores estratégicos como os bancos e os construtores de automóveis, muito dependentes de seus negócios na UE.
Por sua vez, o principal negociador europeu, Michel Barnier, pretende que os três milhões de cidadãos europeus no Reino Unido conservem seus direitos.
No entanto, a questão que protagonizará o início das negociações será a conta a ser paga pelo Reino Unido. Embora ainda não existam números oficiais, estima-se que os compromissos orçamentários adquiridos por Londres cheguem a 60 bilhões de euros (64 bilhões de dólares). Info – linha do tempo brexit