Educação

Servidores e professores: sindicatos rejeitam reajuste parcelado em 12 vezes e negociam

Discussão entre sindicatos e administração municipal vem acontecendo desde o início do ano

Servidores e professores: sindicatos rejeitam reajuste parcelado em 12 vezes e negociam

 

 

Cascavel – Os servidores municipais de Cascavel rejeitaram a proposta do Poder Público Municipal do modelo de reajuste da inflação da data base deste ano de 2022. Os funcionários são representados por dois sindicatos municipais que estão em tratativas para acertar os valores, o Sismuvel (Sindicato dos Servidores Municipais de Cascavel) e o Siprovel (Sindicato dos Professores de Cascavel), realizaram suas assembleias e rejeitaram a proposta de 12,47% dividida em 12 parcelas para um total de 9,1 mil servidores.

Josiane Vendrame, presidente do Siprovel, explicou que a assembleia da categoria ocorreu de forma online na noite de terça-feira (28), com participação de cerca de 400 pessoas que rejeitaram o parcelamento do reajuste, e que fizeram uma contraproposta ao Município para pagamento em parcela única e assim que tiveram um retorno, voltarão a discutir o andamento das negociações. “Esperamos um retorno já para a próxima semana”, disse Josiane.

Outra demanda da categoria é referente ao Piso Nacional do Magistério, que é de R$ 3.845,34 para 40 horas semanais. Segundo ela, cerca de 200 professores da educação infantil ainda que estão fora do valor que deve ser aplicado no início da carreira e a reivindicação urgente é que a Prefeitura reequilibre os valores dos subsídios desses profissionais. “Queremos que a carreira comece com este valor, um reajuste que corresponde a 33,24% nas tabelas iniciais para todos”, reforçou.

O setor de educação possui a maior fatia de servidores municipais, cerca de 5 mil, sendo 3,4 mil professores das escolas e dos centros municipais de educação infantil. A contra proposta da categoria será protocolada hoje junto a administração municipal.

 

Nova assembleia

Já na noite desta quinta-feira (30) os servidores ligados ao Sismuvel voltam a se reunir, a partir das 19h, no plenário da Câmara Municipal, para continuar as negociações. Durante assembleia realizada no dia 23 de junho que foi marcada por protestos, a categoria também rejeitou a proposta de parcelamento em 12 vezes. Eles também querem que o percentual seja pago em uma única parcela e sem um retorno do Executivo, hoje definem novas ações de mobilização.

De acordo com o presidente do Sismuvel, Ricieri D’Estefani Junior, além do parcelamento da reposição salarial, os servidores também não aceitaram o auxílio alimentação no valor de R$ 314,58 proposto apenas para os profissionais lotados no PSF. A contraproposta do sindicado é um valor de R$ 500 para todos os servidores efetivos, sendo assim “um auxílio isonômico para o funcionalismo”.

Outros pontos da pauta de reivindicações também foram discutidos, como o aumento salarial de algumas categorias, como agente de apoio, coveiro, pedreiro, auxiliar de serviços gerais, auxiliar de manutenção de instalações e operador de máquinas, reajustes que variam de 15,8% a 40,7%, de aumento no início da carreira.

 

 

Arquivo/Secom

 

Reajustes têm impacto de R$ 70 mi no orçamento

 

Vanilse Pohl, secretária municipal de Planejamento e Gestão, disse que a proposta segue com o pagamento de outros reajustes que foram repassados ao funcionalismo municipal neste ano, já que durante a pandemia a administração municipal estava impedida de aplicar reajustes, cumprindo a Lei Federal 173/2020. Pela lei, o Município estava impedido de fazer qualquer reajuste durante a pandemia e somente agora foi possível retornar às discussões.

O aumento de 12,47% terá um impacto financeiro de cerca de R$ 70 milhões no orçamento do Município, sendo R$ 5,5 milhões este ano e a fatia maior, de R$ 64,5 milhões, para o próximo ano. Ela explicou que em janeiro de 2022 foi repassado o índice de 2,46% referente a 2020 e 7,59% do reajuste de 2021 estão incidindo nas folhas de pagamento de maio, julho e setembro, sendo 2,54% cada parcela. “Por isso a proposta é iniciar o pagamento dos 12,47% a partir de outubro, quando termina esse outro reajuste, visto que não podemos dar dois aumentos em um único mês”, explicou Vanilse Pohl.

A secretária contou que o Município já recebeu o documento protocolado pelo Sismuvel e agora aguarda o do Siprovel para que, então, possam sentar e analisar as contrapropostas. Ela adiantou que existe uma possibilidade de reduzir de 12 para 8 a quantidade de parcelas do novo reajuste. “Somando os três índices, os servidores terão um aumento de 22,60% referente aos três anos”, destacou.

Sobre as outras reivindicações, a secretária explicou que também estão sendo analisadas, já que existe um impacto financeiro e que deve ser sempre considerada a arrecadação do município e os impactos de cada ação. Além disso, Vanilse lembrou que além do reajuste geral, o Município está propondo aumentar o salário inicial de cargos que têm salários menores, com um aumento real sobre a tabela.

Com relação ao piso dos professores, a secretária explicou que esses professores que ainda não recebem o piso deste ano estão em estágio probatório, mas que o Município vai buscar atualizar os valores que já são pagos aos outros profissionais.