Cascavel – A Polícia Federal em Cascavel, no Paraná, deu início nas primeiras horas desta sexta-feira (28), à fase ostensiva da Operação Malote, finalizando longo processo de investigações que ao cabo de cerca de dois anos permitiu revelar extensa rede de narcotraficantes dedicados à introdução, no território nacional, de grandes carregamentos de drogas. No período, foram retiradas de circulação 39 toneladas de maconha e 160 kg de cocaína.
À principal organização criminosa, sediada em Umuarama e com ramificações no Mato Grosso do Sul, se atribui o fornecimento de entorpecentes em grande escala a grupos criminosos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e na região Nordeste do Brasil.
Durante o período das investigações e monitoramento das atividades criminosas do grupo, que agia de forma consorciada para diluir os riscos do transporte ilegal, a PF se deparou com 16 carregamentos de drogas, em 5 estados da Federação, os quais levaram à prisão em flagrante delito de 21 pessoas – aí incluída a maior apreensão de maconha já feita no Brasil (24,5 toneladas), instrumentalizada, por razões estratégicas, pela PRF na data de 23.11.2015, na cidade de Porto Camargo, nas margens do Lago de Itaipu.
Ainda durante as diligências policiais, verificou-se que a quadrilha se valia amplamente dos recursos de comunicação da plataforma WhatsApp, pelo que se buscou junto ao Juízo competente autorização para monitoramento dos contatos entre membros do grupo. As ordens judiciais neste sentido, porém, não foram executadas até o momento pela Operadora no Brasil, o que, segundo as mesmas decisões do Juízo Federal de Umuarama, gerou multas cumulativas que até esta data somam a cifra de R$ 2,1 bilhão.
A Polícia Federal, no período de apurações, contou com o fundamental apoio da Receita Federal do Brasil para identificação do patrimônio amealhado pela organização criminosa, o qual é igualmente, pela via do sequestro, bloqueio ou perdimento, objeto das decisões judiciais hoje cumpridas.
A execução das ordens emanadas do Juízo competente está a cargo de 49 equipes da PF, incluída sua Coordenação de Aviação Operacional, de Brasília.
Os investigados responderão pelos crimes próprios da Lei Antidrogas e da Lei de Combate ao Crime Organizado, além dos delitos de corrupção ativa e passiva, previstos no Código Penal, no caso dos agentes públicos envolvidos, o que os sujeita a penas superiores a 40 anos de prisão.