Curitiba – Em coletiva de imprensa na tarde de ontem (20), o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, confirmou que o estado do Paraná não tem surto desta nova cepa da influenza, porém, já tem 20 casos confirmados e um deles com óbito, que ocorreu na cidade de Maringá. A paciente de 77 anos foi internada no dia 8 de dezembro, evoluindo a óbito no dia 11 do mesmo mês. Ela havia tomado a vacina contra a influenza em outubro deste ano.
O secretário de Saúde disse ainda que desde que começou a vacinação da Covid 19 a preocupação da população em geral foi com essa vacina e as outras ficaram esquecidas. Ele relacionou os casos diretamente a queda de imunização da vacina da gripe H1N1 que este ano atingiu apenas 70% da cobertura vacinal, contra 98% no ano passado em todo o estado. A doença é um tipo do vírus da gripe Influenza A (H3), circulante no Estado há pelo menos cinco anos.
Casos
Os casos foram registrados nos municípios de Campo Largo (2), Campo Mourão, Castro (2), Cornélio Procópio, Curitiba, Guarapuava, Maringá, Paranaguá (3), Pato Branco (3), Pinhais (2), Tapira, Toledo e Resende – Rio de Janeiro (diagnosticado no município de Rio Negro, no Paraná).
Existem ainda 700 mil doses no estado para atender os paranaenses que podem se imunizar ainda. A vacina também é disponibilizada na iniciativa privada e pode ser aplicada em todas as pessoas acima de seis meses de idade. A Sesa orienta que a população procure uma unidade de saúde mais próxima de sua residência e se informe sobre a disponibilidade da vacina.
Assim como ocorre com as demais doenças, com o surgimento de novas variantes ocasionadas pela mutação do vírus circulante, a próxima vacina desenvolvida deverá conter a proteção para a nova cepa, neste caso, a H3N2.
Toledo
Tanto a Secretaria de Saúde de Toledo e a 20ª Regional, confirmaram um caso da gripe H3N2, síndrome gripal causada pelo subtipo do vírus Influenza. O caso é de uma mulher de 30 anos que apresentou sintomas no dia 7 de dezembro, coletou exame no dia 9, retornou ao serviço de saúde do município no dia 11 e foi transferida, por meio da Central Estadual de Regulação de Leitos, para uma unidade hospitalar em Cascavel, na mesma data. O resultado positivo foi emitido pelo Lacen (Laboratório Central do Estado) na última quarta-feira (15).
Conforme o diretor-geral da Secretaria de Saúde de Toledo, Fernando Pedrotti, o vírus não é novo, mas começou a circular com mais intensidade nos últimos meses e a vacina da gripe aplicada neste ano não possui muita eficácia no seu combate. Como é um vírus respiratório, a transmissão acontece de forma parecida com a do coronavírus. Esta paciente não relatou viagem ou contato com pessoas com sintomas gripais ou que estiveram em outras regiões.
Sintomas
Os sintomas da gripe causada pelo vírus H3N2 em adultos variam de intensidade e costumeiramente aparecem já nos primeiros dias. Tosse, febre, calafrios, dor de garganta, secreção nasal excessiva, dor de cabeça e no corpo, irritação nos olhos e mal-estar estão entre os sinais. Nas crianças, além de febre, é comum haver o aumento dos linfonodos cervicais e sintomas gastrointestinais. Em muitos casos, o quadro tende a se agravar com evolução para pneumonia.
HISTÓRICO
O Paraná registra casos da Influenza A (H3) desde 2016, quando o sistema estadual iniciou este monitoramento com os boletins epidemiológicos. Em 2017 e 2018 a H3 foi predominante dentre as SRAG por Influenza, sendo 71,4% e 54,7% do total, respectivamente.
Em 2016 foram 4 casos e 1 óbito; 2017, 205 casos e 35 óbitos; 2018, 364 casos e 58 óbitos; 2019, 54 casos e 13 óbitos; 2020, 2 casos e 1 óbito e em 2021, até agora, 20 casos e 1 óbito
Vacina teve baixa adesão
O Paraná recebeu 5.165.200 vacinas contra a Influenza enviadas pelo Ministério da Saúde para a campanha deste ano iniciada em 12 de abril. Devido à baixa adesão, a imunização foi estendida e muitos municípios ainda possuem doses disponíveis (cerca de 700 mil). A vacina também é disponibilizada na iniciativa privada e pode ser aplicada em todas as pessoas acima de seis meses de idade.
A Sesa orienta que a população procure uma unidade de saúde mais próxima de sua residência e se informe sobre a disponibilidade da vacina. Assim como ocorre com as demais doenças, com o surgimento de novas variantes ocasionadas pela mutação do vírus circulante, a próxima vacina desenvolvida deverá conter a proteção para a nova cepa, neste caso, a H3N2.
Segundo a Imunização da Sesa, a cobertura vacinal este ano está em 70,40%. A meta estipulada é de no mínimo, 90%. No ano passado o Paraná registrou a maior cobertura dos últimos cinco anos, com 98,41%.