Política

Osmar lista desafios ao próximo governador

Cascavel – Ele se apresenta agora como “apenas agricultor”, mas não esconde sua intenção como pré-candidato ao governo do Estado. O ex-senador Osmar Dias esteve em Cascavel fim de semana para o encontro estadual do PSL e visitou a redação dos jornais O Paraná/Hoje News no fim da tarde de sexta-feira.

Sobre as eleições de 2018, Osmar Dias admite que já em seu plano de governo e a grande expectativa – até pelo seu histórico – é um plano elaborado com os olhos voltados mais ao interior e principalmente à agricultura, pontos classificados como “esquecidos” pelas próprias prefeituras, principalmente dos pequenos municípios.

Osmar lista os desafios para o próximo governador do Estado, como a atual liberação de crédito para pequenos municípios, o que, segundo ele, não ocorria nos anos anteriores e que deve estourar para o próximo mandato, pois são recursos financiados.

O que causa estranheza, alerta Osmar, é justamente o fato bastante divulgado de que os municípios – especialmente os pequenos – passam por dificuldades financeiras sérias e nem sequer têm dinheiro para pagamento de competência como 13º e férias dos servidores.

Pedágio

Outro assunto que vem sendo analisado por Osmar é quanto à nova licitação dos contratos de pedágio. O contrato vence em 2021 com as concessionárias, mas muito se especula sobre uma possível renovação, “mesmo o pedágio sendo o mais caro do País e sem boa parte das rodovias estar duplicada”. “Precisamos, com toda a certeza, pensar na próxima licitação com preços menores”, considera.

“Também existe o represamento dos ajustes salariais do funcionalismo, que vão estourar no próximo governo, as universidades com a falta de funcionários, os precatórios. Tudo isso precisa de uma atenção maior e deve estourar. Estou percorrendo o Paraná em busca de informações. Mas confesso que encontro dificuldades, já que não tenho uma parceria com o atual governo”, explica.

“Não posso admitir não apoiar Alvaro”

Cascavel – Há 16 anos no PDT, Osmar Dias confessa que recebeu proposta de outras siglas: “Tenho convite do DEM, do Podemos, do PSD e estou analisando esses pedidos em conformidade com a reforma política que está sendo feita. Porém, estou no PDT há 16 anos e não cogito sair. Tenho dificuldade de mudar. Entrei no partido com o Brizola e tive a oportunidade de conviver com ele por quase cinco anos e foi um período de grande aprendizado. Então, estou analisando a possibilidade de permanência no PDT”, afirma.

Porém, há uma condição que pode determinar sua saída: o apoio ao irmão Alvaro Dias na disputa à Presidência da República. “Eu não posso admitir não apoiar o Alvaro por diversos motivos. Não só porque ele é meu irmão. Ele é do Paraná e considero que está preparado para esse desafio”, ressalta.

Considerando Alvaro como uma opção na corrida presidencial, ele diz que seria um erro grotesco não apoiar o irmão: “Já conversei com o Ciro Gomes, ele entendeu a situação, mas eu preciso de carta branca do partido, até para que eu possa permanecer ou não. Acredito que o Alvaro seja uma alternativa a tudo o que é apresentado. Porque ou nós temos o PT, com o [ex-presidente] Lula, ou temos o PSDB com os candidatos de São Paulo ou de Minas Gerais. E podemos considerar que isso não vem dando certo. É hora de os outros estados apresentarem opções competitivas”, avalia.

Histórico com o PT

Quando questionado sobre sua recente ligação com o PT e se isso pode manchar uma possível candidatura ao governo do Estado, Osmar Dias afirma que não nega sua história e que apenas aceitou fazer parte do time político de Dilma Rousseff por se tratar de um cargo técnico no Banco do Brasil. “Coordenei a inauguração do Plano Safra e nunca a agricultura brasileira teve tanto dinheiro quanto no período em que estive no Banco do Brasil. Quando entrei, a linha de crédito estava em R$ 70 bilhões. Saí deixando R$ 180 bilhões e fiz isso em cinco anos”, garante.

“Isso é dinheiro que está na mão dos produtores, e isso falando apenas em Banco do Brasil. A lei que criou o cooperativismo de crédito é de minha autoria, então o fato de eu ter participado do Governo Dilma só ajudou a agricultura, que ganhou com isso. E não tenho arrependimento”, ressalta.

Produção de energia

Para Osmar Dias, há uma grande preocupação também com empresas estatais de insumos importantes, como a Copel, por exemplo. “Temos um problema que boa parte da energia produzida no Brasil vai para o Paraguai. Precisamos criar alternativas de produção de energia para os próximos anos, precisamos ter uma empresa estatal forte, a Copel precisa ser fortalecida”, considera.