A possibilidade de que a Secretaria de Cultura seja unificada à de Esportes não compromete o futuro dos projetos na dança, música e no teatro. Pelo contrário, mesmo que ocorra essa mudança, o Município já tem projeto para reforçar ainda mais os serviços por meio de uma Fundação Cultural. O diretor de Ação e Difusão Cultural de Cascavel, Luciano Biaggi, comenta que o plano de governo já havia estudado essa possibilidade para desengessar a Secretaria de Cultura. “Dentro de uma fundação cultural conseguimos fazer captação externa de projetos junto à Itaipu, Caixa Econômica Federal, empresas privadas, e até mesmo à Lei Rouanet, além de manter todo o serviço que hoje já é feito”, ressalta ele ao garantir que o prefeito Leonaldo Paranhos direcionou a possibilidade da Fundação. O diretor destaca ainda, em entrevista, avanços na área e projetos que serão implantados em Cascavel.
Perfil
Luciano Biaggi dedicou grande parte da vida à cultura de Cascavel. Ele já teve participação no poder público como gerente de ação cultural entre os anos de 2006 e 2008 e hoje ocupa com responsabilidade o cargo na gestão do prefeito Leonaldo Paranhos. Formado em Fisioterapia, é professor de Educação Física, presidente do Círculo Italiano, da Associação Inter-Etnica de Cascavel e está à frente do Veneti Nel Mondo e do grupo Ladri di Cuori.
Fusão
“Há uma proposta em estudo da unificação da secretaria de Cultura e de Esportes, porém, em contrapartida, existe também a proposta de criação de uma Fundação Cultural. Em nosso plano de governo isso já havia sido estudado para desengessar a secretaria de Cultura, pois manter somente essa secretaria trava algumas situações. Dentro de uma Fundação Cultural conseguimos fazer captação externa de projetos junto à Itaipu, Caixa Econômica Federal, empresas privadas, e até mesmo à Lei Rouanet, além de manter todo o serviço que hoje já é feito. Pensando nisso, o prefeito Leonaldo Paranhos direcionou a possibilidade de criarmos a fundação e acredito que até o início do próximo ano possa ser implantada”.
Agilidade
“Por meio da fundação é possível também agilizar os festivais. Podemos organizar o festival de dança financiado com R$ 30 mil do poder público e mais o poder privado, por exemplo. O presidente da fundação é quem faz as licitações e gere todo o orçamento. Não precisa mais passar para o departamento de Compras da Prefeitura. Tudo é direcionado dentro da fundação. A fundação é criada por meio de lei, como por exemplo, a Fundetec. Tem orçamento do poder público, mas a principal vantagem é a captação de recursos externos. A secretaria é mais engessada e a captação de recursos vem só de ministério, o que é quase impossível de conseguir. Com a fundação é possível participar de todos os editais federais, estaduais e municipais”.
Orçamento
“No PPA (Plano Plurianual) elevamos de 0.54% para 1.4% os recursos gerais do município para a Cultura. Praticamente triplicamos orçamento. No ano que vem teremos uma linha de cultura que vai com que a gente consiga executar vários eventos. Não teremos mais comentários de que não há dinheiro. Na verdade sempre teve, mas faltava um planejamento cultural para utilizá-lo. Por isso, já programamos agora o que será executado no ano que vem e o plano de cultura foi feito independente de haver uma fundação ou uma secretaria”.
Descentralização
“A proposta nesse governo é de descentralização da cultura. Então todos os eventos que fazemos aqui disponibilizamos uma parte nos diversos bairros. Com o Festival de Teatro teremos tanto mostra universitária, infantil como comunitária. Bairros e distritos que nunca receberam ações frequentes, agora terão. Na própria Igreja do Lago eventos são realizados. Temos aulas específicas do CulturAção e lá virou um espaço de aprendizado e apresentações. Estamos fazendo muita coisa e no próximo ano tudo será ainda melhor organizada”.
Atendimentos
“Existia um programa denominado Transformar que atendia em torno de 300 pessoas ao mês e hoje com o CulturAção elevamos para a média de 1.800 atendimentos nas áreas de música, dança, teatro e artes visuais. No no que vem haverá a segunda fase que é o Projeto Escola de Artes. Então essas quatro áreas é mais o cinema serão disponibilizadas nos oito pontos de cultura que temos no município. Na terceira fase do programa teremos uma linha chamada de Corpos Estáveis que é a sequência do trabalho de instigar, capacitar e apresentar por meio de bandas, orquestras, grupos de dança, teatro formados pela secretaria. Pela quarta fase do programa eles terão oportunidade de mostrar os trabalhos em outras cidades”.
Reformas
“Como ampliamos o orçamento temos vários projetos para se implantar. Um deles é a questão de gestão de espaços. Quando assumimos encontramos todos eles sucateados. O teatro estava com muitos problemas, a bilheteria estava caindo, os banheiros tinha defeitos hidráulicos. Solucionamos alguns dos problemas e falta somente o gesso e liberar banheiros do terceiro piso”.
Desconto
“Democratizamos o espaço do teatro que era extremamente elitizado. De R$ 4 mil o aluguel passou a R$ 800. Havia uma extorsão a quem faz cultura. Quem produz já tem um custo e não é fácil diluir o valor que era cobrado entre as cadeiras do teatro. Temos que lotar o espetáculo para não ter prejuízo. Começamos do zero e fomentando a cultura em todo o município”.
Complexo Cultural
“Com relação ao Centro Cultural, existe projeto chamado Rua da Cultura que vai fazer uma interligação entre Centro Cultural, Teatro e Museu, numa galeria que possibilitará atividades culturais e solucionará problemas como quando está chovendo e é preciso se locomover de um espaço ao outro. Há também projetos de reestrutura de espaços, casa de cultura zona norte até proposta de mudança do museu para novo espaço, conforme todas das normas técnicas”.
Desafio
“Ajudei em toda a composição do plano de governo para a cultura. Somos amigos [com o prefeito Paranhos] de longa data e pediu para que eu estivesse à frente do projeto cultural. Tenho 41 anos e por pelo menos 30 desenvolvi trabalho na questão cultural, tenho experiência do que falta na cultura. Durante esses últimos anos tivemos um vazio cultural muito grande. Pessoa que despontaram em Cascavel em suas áreas, acabaram deixando a cidade por falta de incentivo. Abrimos as portas dos espaços para que é artista e precisa de acolhimento para ensaios e espetáculos”.