A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está nas ruas desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (15) em operação contra organização criminosa que utilizava empresas de fachada responsáveis por fraudes em processos licitatórios. Em Cascavel, um servidor público está sendo investigado e foi cumprido busca e apreensão na residência do indivíduo.
A operação tem o objetivo de cumprir 58 mandados de busca e apreensão. Entre os investigados, há servidores públicos e agentes políticos.
ABRANGÊNCIA
Mais de 120 policiais participam da ação que ocorre simultaneamente nos municípios de Alto Piquiri, Goioerê, Juranda, Anahy, Braganey, Campo Bonito, Cascavel, Quatro Pontes, São José das Palmeiras, Ouro Verde, São Pedro do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Santa Lúcia, Capitão Leônidas Marques, Capanema, Realeza, Catanduvas, Três Barras do Paraná e Rio Bonito do Iguaçu.
CRIMES
Após investigações de alta complexidade, a PCPR constatou que o grupo criminoso seria responsável por criar empresas de fachada com funcionários laranjas e a participação de servidores públicos. Eles seriam responsáveis por fraudar processos licitatórios e causar prejuízos aos cofres públicos.
As investigações tiveram início em março de 2019 com intuito de apurar as irregularidades na aquisição de peças de reposição de máquinas pesadas, que compõem a frota de veículos da Prefeitura de Missal.
Posteriormente, foi apurado que os crimes estavam ocorrendo ainda em outros municípios da região oeste. Durante as diligências, a PCPR constatou que havia o recebimento de peças como sendo novas, o superfaturamento de preços e o pagamento de peças que não eram entregues ou utilizadas.
Há indícios de fraudes e acertos indevidos em licitações de 2017, 2018 e 2019.
Os suspeitos são investigados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de organização criminosa.
FASE 1
Essa é a segunda fase da operação. Na primeira, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão.
Na ocasião, a PCPR apreendeu diversos documentos que auxiliaram no andamento das investigações, como bilhetes de controle manual quanto ao pagamento de propina a diversos servidores e agentes públicos que mantinham contratos de venda de peças ou serviços para máquinas pesadas.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
O Governo Municipal de São Miguel do Iguaçu vem a público esclarecer que a operação realizada na manhã desta quinta-feira, 15, pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (DECCOR) no Paço Municipal é destinada a investigar a atuação de um grupo de empresas do ramo de peças de reposição de maquinários em possíveis fraudes em licitações em diversos municípios do Oeste do Paraná.
Pelo menos uma das empresas que seriam pertencentes a este suposto grupo criminoso, firmou contratos em anos anteriores com a prefeitura, prestando serviços e recebendo pelos mesmos, e participou de um Pregão Eletrônico em 2021.
Especificamente se tratado da prefeitura de São Miguel do Iguaçu, os alvos da operação são: o Pregão nº 20/2017, Pregão nº25/2018, Pregão nº 31/2018, Pregão nº 55/2020 e o Pregão 43/2021.
Presando pela lisura e transparência em todas as contratações, a gestão Motta/Claudio Rodrigues realizou o Pregão deste ano de maneira eletrônica, ampliando a possibilidade de participação para mais empresas.
Com o certame realizado, duas empresas venceram a disputa, sendo uma delas suspostamente pertencente ao grupo investigado. Apesar do contrato assinado e, até mesmo, a prestação de alguns serviços, até o momento nenhum pagamento foi efetuado para a empresa citada, pois ela não cumpriu com as exigências quanto à apresentação da documentação exigida.
O Governo Municipal de São Miguel do Iguaçu está colaborando com as investigações e reforça o compromisso com a comunidade de realizar uma gestão transparente, com respeito à população são-miguelense, não permitindo que qualquer ato ilícito seja executado por servidores municipais e/ou prestadores de serviços.
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO, IMPRENSA E MÍDIA SOCIAL
NOTA
O prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, favorável à toda investigação em defesa da gestão pública e transparência, determinou aos secretários Edson Zorek (Planejamento e Gestão) e Sandro Rocha (Obras Públicas), a indicação de um interventor, mantendo afastados os servidores até o desdobramento da investigação.
O Município está à disposição para colaborar com o trabalho da polícia para que sejam tomadas as devidas providências administrativas, caso necessário.
Texto atualizado às 11h37