Em um mundo onde o conhecimento, a ciência e a tecnologia desempenham um papel de primeira grandeza, o desenvolvimento e o fortalecimento da educação em todos os níveis, principalmente com foco nos anos iniciais (pré-escola), constituem um elemento imprescindível para o avanço social, aumento da produtividade e geração de riquezas.
Políticas públicas de curto, médio e longo prazo, eficiência do serviço público e gasto com qualidade são as molas propulsoras. Traçar metas ousadas, mas alcançáveis, além do pacto com professores e sindicatos.
A educação é crucial para o avanço e o desenvolvimento da nação, onde o ser humano atingirá o seu máximo potencial em fazer criar e se tornar.
Gestão na Educação:
1) Definir o papel do professor;
2) Precisamos de bons professores com treinamento e formação permanente;
3) Diminuir o número de funcionários administrativos. Ex.: a Ásia com 0,28 funcionário por professor, já o Brasil 1,5 por professor, 5 vezes mais;
4) Estruturação de carreira e valorização da remuneração do professor;
- A) Baseado no seu sucesso, desempenho dos alunos, avaliações de colegas e diretores de escola;
- B) O professor precisa demonstrar sua qualidade e compromisso com o aumento do número de horas de treinamento. Aumentos salariais como contrapartida. Meritocracia;
5) Os professores precisam esforçar-se, dar boas aulas e ter bom rendimento dos alunos para receber bonificações e aumentos;
6) Os melhores professores tornam-se diretores, seguem para administração municipal e posteriormente para o ministério;
7) Abertura ao exterior – O governo deve fazer um esforço constante para expor seus funcionários e intelectuais a tudo o que acontece no mundo para trazer as inovações ao País;
8) O gradualismo – O que surte bons resultados em cada escola no seu respectivo estado é compartilhado;
9) O coletivismo: sistema organizado em círculos concêntricos com integração, onde os professores têm seus grupos de estudos. Todos competem, mas todos se ajudam;
10) Integração com as famílias. Professores devem ligar para os pais quando o desempenho de um aluno declina;
11) Exame médico básico anual. Ex: audição e visão;
12) Diretores precisam fazer curso básico de ADM escolar;
13) Planejamento e capacidade de cumprir as metas estabelecidas;
14) Universalização do acesso à escola e à erradicação do analfabetismo;
15) Material didático com padronização nesse primeiro momento (data show). O uso da internet para abastecer os professores de dicas de como ensinar aula a aula. Currículo padronizado;
16) Se após toda a implementação a escola não ter bons resultados, terá ajuda dos coordenadores das escolas com alto desempenho durante dois anos;
17) Após o básico ser realizado com êxito, podemos pensar na criação de universidades de nível internacional;
Essa citação de gestão é a de países que têm nível de desempenho máximo no exame de Pisa, dos melhores sistemas educacionais do mundo, e muitas coisas podemos nos espelhar. Fator relevante da gestão é a necessidade do ESFORÇO coletivo para reunião, integração, reflexão, comunicação e tomada de decisões.
Um exemplo edificante: o Japão, em 1950, miserável, após a guerra, instituiu os cinco pilares do desenvolvimento chamado de Kaihoken, após 12 anos teve um crescimento assustador. São eles:
1) Prevenção de todas as doenças transmissíveis; 2) Alfabetização dos adultos, educação de qualidade para as crianças com o lema “Nenhuma ficará para trás”; 3) Dieta saudável; 4) Atividade física; 5) Ambiente político estável.
E essas são as práticas do básico bem feito. O resultado? Pessoas com QI alto, em média de 102-107 pontos. Enquanto o Brasil, nos dias de hoje, temos o QI de 84-89 pontos e um dos piores resultados no exame internacional de Pisa. Um japonês tem uma produtividade cinco vezes maior que a do brasileiro.
Portanto, para fazer a educação que esperamos, é necessário determinação no que é científico e no que dá resultados. O que a maioria dos políticos ainda ignora. Um pacto para fazer o melhor para nossas crianças e o futuro do Brasil.
Dr. Ovídio Cristiano Rohde – Médico ginecologista e ex-diretor-presidente do Hospital Policlínica Cascavel.
ERRATA: Na coluna da semana passada, mencionamos “reunião ‘in loco’ com o Claudino e Ailton”, retificamos que a reunião foi com Claudino, Amarildo e Vitor.