Saúde

Psicólogo dá dicas para enfrentar a coronofobia

Psicólogo dá dicas para enfrentar a coronofobia

Medo e ansiedade talvez tenham sido as palavras mais usadas no mundo desde o ano passado, quando a pandemia mudou a forma como todos vivemos, trabalhamos e nos relacionamos em sociedade. A procura por serviços de terapia on-line, segundo pesquisa do Google Trends, cresceu 88% apenas na primeira semana da quarentena no Brasil.

Desde então, o País vem registrando um crescimento de transtornos de ansiedade, estresse e depressão. Mais recentemente, um estudo da National Library of Medicine analisou 500 casos de ansiedade e depressão e revelou que todos estavam ligados à pandemia. “Essa quarentena prolongada, o número elevado de mortes e a possibilidade de uma terceira onda continuam provocando alterações diversas na saúde mental e emocional das pessoas. Esse medo, luto e pânico coletivos levaram os especialistas em saúde mental a criarem um novo termo, o coronofobia”, explica o psicólogo especialista em Crises e Emergências Alexandre Garrett.

Garrett conta que, diante de uma realidade catastrófica, o medo se exacerba. “O risco presente de adoecer ou perder o emprego nos faz não enxergar boas perspectivas no futuro. É como se a vida estivesse suspensa por um tempo indeterminado, impedindo que a gente sonhe e planeje um futuro melhor, mas o ser humano é extremamente resiliente e consegue se adaptar às mais diversas situações”, observa

O especialista em Crises e Emergências diz que precisamos tentar lidar com a realidade de uma forma serena para enfrentar os medos e continuar a viver e a trabalhar. “Nosso corpo fica em constante estado de alerta, mas temos duas opções: fugir ou enfrentar. Quando se tem inteligência emocional, é mais fácil enfrentar nossos medos. Uma dica importante é resgatar o prazer da vida. E é possível fazer isso lendo um bom livro, assistindo a filmes e séries, ouvindo músicas que tragam boas lembranças e conversando com os amigos e família por meio das tecnologias”, orienta.

Nomear as emoções e falar sobre elas é outro passo importante para conseguir vencer essa fobia.

Nos momentos em que a ansiedade fica exacerbada, o primeiro passo é respirar fundo, várias vezes, até sentir a situação estar controlada. “As emoções se fixam no nosso corpo. Respirar devolve o equilíbrio e ajuda a olhar para frente com mais clareza”, ensina.

Outra dica importante é fazer pausas para contemplar o horizonte ou a natureza, se houver acesso fácil a ela. “Ficamos com o olhar fixado nos computadores a maior parte do dia. Ao pararmos para olhar o horizonte, vem o descanso, isso acalma e ajuda a mudar o foco”, completa.

Criar metas curtas, fáceis de serem atingidas são uma boa forma de motivação.

Para enfrentar a insônia, outro mal que a ansiedade provoca, é preciso desconectar das telas por um período antes de ir para a cama.

Outro fator importante na busca do bem-estar físico e mental é manter uma alimentação saudável. “Isso serve para evitar que o corpo comece a incorporar esse sofrimento seja pelo emagrecimento ou pela obesidade, fatores que atrapalham o equilíbrio e o bem-estar das pessoas na vida moderna”.

 

Dicas para enfrentar a coronofobia

– Fale sobre seus medos e emoções

– Respire fundo quando o medo e a ansiedade forem fortes

– Pratique exercícios físicos e cuide da alimentação

– Defina metas curtas e fáceis de serem atingidas, isso motiva

– Busque novas formas de conforto na leitura, filmes, séries e músicas

– Converse com as pessoas que você ama

– Saia da frente da tela e contemple o horizonte