Toledo – A Câmara de Vereadores de Toledo recebeu na manhã de ontem uma comitiva da Hoesp (Associação Beneficente de Saúde do Oeste do Paraná), arrendatária do Hospital Bom Jesus, que expôs contas deficitárias e solicitou apoio dos vereadores para obter recursos municipais.
A Hoesp apontou num balancete do período de janeiro a setembro déficit de R$ 2,171 milhões ante um superávit obtido ano passado. A Hoesp atribuiu o resultado anterior às dez parcelas de R$ 600 mil federais repassadas e ao convênio que destinou R$ 240 mil estaduais por mês. A Hoesp apontou que em Toledo recebe recursos públicos exclusivamente federais e estaduais e propôs receber também recursos púbicos municipais, pedindo apoio dos vereadores e informando que vai expor a proposta também ao Poder Executivo. Nesse sentido, foi apresentada aos vereadores uma minuta de minuta para formalizar a proposta.
A superintendente da Hoesp, Lisandra Kaster, mostrou estudo baseado nos Portais da Transparência de municípios da região mostrando repasses feitos pelas administrações municipais a hospitais, inclusive particulares. De janeiro a outubro Guaíra repassou R$ 1,5 milhão ao hospital local, que tem 50 leitos; enquanto Assis Chateaubriand repassou R$ 3,725 milhões a hospital de 30 leitos que tem 23 no SUS; Nova Santa Rosa repassou R$ 835 mil; Entre Rios, R$ 668 mil; Marechal Cândido Rondon repassou R$ 225 mil; e um caso destacado foi o de Ubiratã, que repassou R$ 2,8 milhões a um hospital.
MP é contra
Embora admitindo a posição contrária do Ministério Público a repasses municipais à Hoesp, a reunião apontou que houve troca de promotor e a superintendente relatou que o prefeito Lucio de Marchi sinalizara que faria o repasse, desde que os demais municípios também participassem.
Prejuízos
Segundo a superintendente da associação, de cada R$ 1 recebido do SUS, a Hoesp/Bom Jesus tem R$ 0,45 de prejuízo.
Na exposição aos vereadores, a Hoesp também mostrou balancete do que vem arrecadando da comunidade por meio de outras iniciativas. Foram arrecadados R$ 188,9 mil de doações diretas, R$ 100.250 pelo Nota Paraná, R$ 32.009,50 na venda de roupas no bazar e R$ 66.415,39 arrecadados em eventos.
O advogado Sérgio Canan informou que a exposição e a solicitação foi feita ao Poder Legislativo primeiro em respeito à Câmara, que é quem decide, devendo exigir ainda uma alteração estatutária do Ciscopar para ser levada ao Poder Executivo.
O presidente da Câmara, Renato Reimann, agradeceu a disposição da superintendente Lisandra Kaster e do advogado Sérgio Canan em expor a questão aos vereadores e disse que será dado apoio dentro da segurança jurídica necessária à própria Hoesp, aos vereadores e ao Executivo.
Segundo ele, se a proposta estiver dentro da legalidade exigida os vereadores vão aprová-la, até mesmo se reunindo extraordinariamente no início do ano, se necessário.
O encontro
A entidade foi recebida na Sala de Reuniões da Câmara pelos vereadores Renato Reimann, presidente da Câmara, Airton Savello, vice-presidente; Gabriel Baierle, Leoclides Bisognin, Ademar Dorfschmidt, Vagner Delabio, Albino Corazza, Walmor Lodi, Olinda Fiorentin, Marly Zanete, o suplente em exercício Dalton Sperafico e Marcos Zanetti.
Participaram da reunião também a diretora da 20ª Regional de Saúde, Denise Liel; o presidente do Conselho Administrativo da Hoesp, Cláudio Hiroshi; o tesoureiro do Conselho Administrativo, Neudir Schumacher; a diretora Financeira, Zunei Badin; o representante dos funcionários no Conselho Administrativo, Eduardo Couto, e o diretor-geral da Câmara, Alcídio Pastório, entre outros.