Guaíra – Nesta quinta-feira (15), o Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas – Vigia, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, completa dois anos no Paraná, com a operação-piloto intitulada Hórus. Nesse período, a operação cresceu e segue com suas atividades nas cidades fronteiriças de todo o País. Nesse período, foram apreendidos mais de R$ 2,8 bilhões de mercadorias, dos quais R$ 530 milhões apenas nas bases instaladas no Paraná.
O crime organizado não deu trégua nem mesmo com a pandemia ou com fronteiras fechadas. Desde abril de 2019, as forças instaladas nas cidades paranaenses recolheram mais de 110 toneladas de drogas, 70 milhões de maços de cigarros, 889 veículos e 143 embarcações.
Os meses com mais apreensões no País foram junho, julho e setembro de 2020, no auge da pandemia do novo coronavírus. “Realmente, o crime organizado não parou na pandemia”, afirma o coordenador-geral de Fronteira, coronel Saulo de Tarso Sanson Silva.
Apenas no primeiro trimestre deste ano, já foram apreendidos mais de R$ 60 milhões em contrabando e produtos ilegais.
Ao longo dos dois anos, foram evitados R$ 336 milhões de prejuízo aos cofres públicos.
Somente no Paraná, o Vigia já investiu mais de R$ 13 milhões em equipamentos, capacitações e instalações físicas. Agora, está em vias de nova “aquisição”. Entra em operação em maio o Ciof (Centro Integrado de Operações de Fronteira) em Foz do Iguaçu, no Parque Tecnológico de Itaipu. Construído com apoio da Itaipu e do governo do Paraná, o centro é apontado como estratégico no enfrentamento ao crime organizado, pois irá atender a peculiaridades e especificidades de cada estado, além de centralizar os bancos de dados.
Esse centro em Foz irá trabalhar 24 horas por dia e sete dias por semana com policiais que terão condições de dar informações e obter feedbacks importantes para a realização das operações.
Inteligência
A base do Programa Vigia é unir a parte operacional com a inteligência, unindo o trabalho em campo com as investigações, para que sejam cada vez mais efetivas. “Nós temos bases espalhadas pelo continente, específicas e de localização sigilosa, somente para a parte de inteligência”, revela o coronel.
Na segunda fase da Operação Hórus, que será iniciada nos próximos meses, haverá produção de conhecimento em todos os estados de fronteiras para fornecer dados que trarão maior profundidade para investigação. “Vamos ter números de mandados de prisão, de busca e apreensão e outras informações que trarão essa profundidade para as investigações”.
Investimentos
Um dos investimentos na região foi a instalação de rádio de comunicação digital criptografada, que garantiu mais segurança para o trabalho. “Trouxe comunicação segura na Costa Oeste, desde Foz do Iguaçu até Querência do Norte e Maringá, de forma totalmente digital, limpa e fácil de ser entendida”, afirma o coordenador.
Até agosto de 2021, serão entregues diversos equipamentos para o Paraná, incluindo binóculos de visão noturna, que trarão vantagem e segurança nas infiltrações dos operadores durante as ações integradas.